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O primeiro-ministro António Costa prometeu apoiar parcialmente as reivindicações dos professores mas não conseguiu travar a greve geral e uma concentração em frente ao parlamento convocada para esta quarta-feira pelos docentes.
A proposta de OE2018 prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007, nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018 mas isso não satisfaz os professores.
A reposição total dos anos de congelamento das carreiras custaria 650 milhões de euros, números avançados pelo secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, que à saída da reunião da comissão política dos socialistas admitiu perceber a reivindicação dos professores mas que ainda assim será difícil repor na totalidade e no imediato os anos de congelamento dos docentes, como registou a jornalista Susana Barros.
António Costa no final da reunião da comissão política do PS, sessão de trabalho em que também esteve presente o sindicalista da UGT José Abraão. Para este dirigente se o problema é dinheiro então que haja negociações.
Ainda antes das declarações do primeiro-ministro os sindicatos dos professores já tinham anunciado que iam manter a greve marcada para esta quarta-feira.
Mário Nogueira, da FENPROF, apelou à participação dos professores para que seja uma greve histórica.
O sindicalista não fecha a porta à negociação, mas diz que o Governo não se deixou convencer à mesa das reuniões e por isso terá de ser convencido através da greve.
Depois da FENPROF foi a vez da FNE. João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação, diz que também não concorda com a não contagem de cerca de 10 anos de carreira dos professores e vai dizer isso mesmo na concentração frente ao parlamento.
Os docentes representam 1/6 dos trabalhadores da Função Pública e 1/7 da massa salarial e, segundo o Governo, a contagem desse tempo de serviço iria pôr em causa a sustentabilidade dos próximos OE, uma vez que tal teria um custo total de cerca de 600 milhões de euros.