APAV acompanhou 76 familiares e amigos de vítimas de homicídio em 2017

por Lusa

A Associação de Apoio à Vítima (APAV) acompanhou no ano passado 76 familiares e amigos de vítimas de homicídios consumados e tentado, num total de 563 atendimentos realizados, segundo dados hoje divulgados pela organização.

Segundo dados hoje divulgados no Relatório da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio, em 2017 foram contabilizados 26 crimes na forma consumada, a que correspondem 27 alegados autores/as, 44 utentes e 240 atendimentos ou diligências efetuadas.

De acordo com as necessidades de cada utente que recorre à APV, os apoios podem ser de curta duração (intervenção em crise) ou de duração mais prolongada (intervenção continuada) ou então cingirem-se a contactos para pedidos de informações ou esclarecimentos.

Quanto aos homicídios na forma tentada, a APAV indica 29 crimes, correspondentes a 30 alegados autores/as, tendo sido 32 os utentes que beneficiaram do apoio prestado pela APAV, que registou ainda 323 atendimentos.

Uma análise retrospetiva 2013-2017, constante do relatório da APAV, indica que os 26 homicídios consumados em 2017 atingiram um número superior a 2016 (22), igual a 2015 (26) e inferior a 2014 (32) e 2013 (36).

Quanto aos utentes que recebem apoio prestado pela APAV neste tipo de crime os números são de 57 em 2013, 42 em 2014, 43 em 2015, 39 em 2016 e 44 em 2017.

Em relação aos homicídios na forma tentada, os 29 casos registados em 2017 superam os 28 contabilizados em 2016, mas são inferiores aos 38 de 2015, 58 de 2014 e 44 de 2013.

O número de utentes que receberam apoio da APV foi de 32 em 2017 contra 36 em 2016, 47 em 2015, 77 em 2014 e 46 em 2013.

Quanto à caracterização dos/as utentes que beneficiaram de apoio da APAV em 2017, os homens representaram 34,4% nos casos de homicídio tentado e as mulheres 65,6%. No homicídio consumado, os homens representaram 36,4% e as mulheres 61,4 por cento.

Relativamente ao móbil do crime nos casos de homicídio, a violência doméstica recolhe 32% dos casos e o crime patrimonial 10%, enquanto 17% são descontextualizados, 19% atribuídos a outro motivo e 17% sem ter sido apurado.

O relatório refere ainda que um em cada cinco homicídios registados diz respeito a uma situação de morte de uma mulher em contexto de um relacionamento de intimidade.

No que concerne à caracterização dos alegados autores/as dos crimes, no homicídio tentado 93,3% são homens e 6,7% mulheres, enquanto no homicídio consumado 77,8% são homens e 7,4% são mulheres.

Em 20% dos casos a relação era de ex-companheiro/a entre alegado autor/a e a vítima, sendo em 10% dos casos a de cônjuge. Também a relação de vizinho/a abrange 10% dos casos.

Ex-namorado/a (3%), pai/mãe (3%), filho/a (3%) e irmão/irmã (3%) são outros dos casos em que foi possível estabelecer a relação entre autor do crime e vítima.

O relatório explica que a Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio (RAFAVH) acompanha e apoia não só as vítimas diretas, no caso de homicídio na forma tentada, mas também os familiares e amigos que se sintam afetados pela prática dos crimes e que careçam de apoio especializado que a APAV pode proporcionar.

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