Apreensão de droga no Brasil. DCIAP tem inquérito em curso

por RTP
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O recente caso da apreensão de cocaína no Brasil que envolveu o nome de João Loureiro, antigo presidente do Boavista, já motivou a abertura de um inquérito "que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal", confirma a Procuradoria-Geral da República.

"Relativamente à situação mencionada, confirma-se a existência de um inquérito que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal. O mesmo encontra-se sujeito a segredo de justiça, pelo que não é possível prestar informação adicional", adiantou a PGR, em resposta à RTP.

A Polícia Federal (PF) brasileira apreendeu a 10 de fevereiro meia tonelada de cocaína escondida num avião particular que devia voar da cidade de Salvador com destino a Portugal, tendo já para iso as devidas autorizações. A droga seria encontrada durante uma inspeção que agentes da PF fizeram ao avião estacionado na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.
Na última sexta-feira, o antigo presidente do Boavista João Loureiro foi ouvido durante várias horas pela Polícia Federal (PF) brasileira na cidade de Salvador, onde foram "extraídos arquivos" do seu telemóvel.

Numa declaração enviada à Lusa, no final do depoimento, João Loureiro, que constava da lista de passageiros, confirmava ter "prestado declarações como testemunha junto das autoridades competentes em Salvador", frisando contudo estar "absolutamente alheio a tudo que se passou".

"Como tal, fiz questão de continuar no Brasil até ser ouvido, porque quis dar a cara perante quem de direito, e quem não deve não teme. Aliás, aquando da apreensão em Salvador eu estava em São Paulo, o que é absolutamente factual e está provado. Agora, que cumpri a obrigação a que me propus, tratarei de calmamente organizar o meu regresso a Portugal", explicou João Loureiro.

No entanto, um responsável da Polícia Federal apresentou entretanto uma versão diferente dos factos, garantindo que João Loureiro faz parte de uma lista de cinco suspeitos que estão a ser investigados por indícios de tráfico de droga e branqueamento de capitais.
Segundo o jornal i, o coordenador-geral do Departamento de Repressão a Drogas fez saber que as autoridades brasileiras pediram à Polícia Judiciária a identificação do património de João Loureiro em Portugal e no Brasil, bem como os dados financeiros do antigo presidente do Boavista.
Meia tonelada de cocaína escondida em avião

Em causa está a apreensão pela polícia brasileira de 500 quilos de cocaína com destino a Portugal, escondida num avião particular do qual João Loureiro integrava a lista de passageiros.

De acordo com a Polícia Federal, Loureiro foi ouvido durante quatro horas, período em que "apresentou a sua versão dos factos" e que será "comparada com as demais provas do inquérito".

"Foram extraídos arquivos do celular [telemóvel], como mensagens e fotografias, com a autorização do passageiro, e serão analisados para ver se se conferem o que foi declarado", indicaram as autoridades.

A PF frisava ainda que o antigo presidente do Boavista e filho de Valentim Loureiro ficaria autorizado a "regressar a Portugal quando quiser", mas "foi advertido a informar qualquer mudança de endereço".
Versão de João Loureiro

A versão apresentada por João loureiro foi de que viajou para o Brasil para "auxiliar um grupo empresarial" e que "no dia 10 de fevereiro tomou conhecimento da apreensão da droga na aeronave", ainda segundo fontes policiais.

A descoberta da cocaína com destino a Portugal escondida no avião da empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia ocorreu na sequência de uma inspeção que agentes da polícia brasileira fizeram à aeronave já na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.

"Com o apoio de especialistas criminais federais e cães treinados para detetar drogas, foram encontrados na aeronave outros esconderijos onde estava o resto da droga", indicou a Polícia Federal em comunicado. A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas.

c/ agências
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