Armas Glock. PSP lança operação para deter suspeitos de roubo

por RTP
O inquérito investiga o furto de pistolas da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública, levado a cabo em janeiro do ano passado Heinz-Peter Bader - Reuters

A PSP deteve esta quarta-feira nove suspeitos - entre os quais dois polícias - de envolvimento no furto de 57 pistolas da Direção Nacional da PSP, em janeiro do ano passado. São nesta altura dez as pessoas sob custódia das autoridades.

Em comunicado enviado às redações o Ministério Público e a PSP confirmam as nove detenções e as 15 buscas domiciliárias e quatro não domiciliárias em vários concelhos do país. Os detidos deverão ser presentes na quinta-feira ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. O inquérito encontra-se em segredo de justiça.

“Sete detidos relacionados com o presente inquérito (3 em cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público) e quatro em flagrante delito”, lê-se na nota.

Duas pessoas foram detidas por posse de objetos proibidos, não estando as detenções relacionadas com o inquérito sobre o furto das 57 armas Glock.

No decurso das buscas foram ainda apreendidas diversas armas, munições, material informático e equipamento de telecomunicações.

Há ainda outro suspeito no processo que foi detido na última segunda-feira pela PJ, pelo furto de material de guerra em Tancos.

Estão todos indiciados por três crimes: tráfico de armas, peculato e associação criminosa.

Os dois agentes da PSP detidos eram, à data do roubo das pistolas Glock, responsáveis pelo armeiro da Direção Nacional da PSP. Ambos começaram por ser alvo de um inquérito disciplinar interno ainda no início de 2017, processo entretanto suspenso até que houvesse resultados da investigação criminal.

Não estavam suspensos de funções, mas sim colocados em funções administrativas no Comando Metropolitano de Lisboa.
Operação Ferrocianeto
A Polícia de Segurança Pública mobilizou meios para diferentes concelhos do país. Estiveram envolvidos nas diligências perto de 150 operacionais.

A operação, coordenada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal, incluiu buscas nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Mafra, Abrantes, Alvaiázere, Sintra, Cascais, Oeiras, Lisboa, Almada e Albufeira.
O inquérito investiga o furto de pistolas da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública, levado a cabo em janeiro do ano passado, e foi confiado à Divisão de Investigação Criminal do Comando Metropolitano de Lisboa, com o apoio da Unidade Especial de Polícia, do Comando Metropolitano do Porto e do Comando Distrital de Faro.
Foram realizadas 15 buscas domiciliárias e outras quatro não domiciliárias. Os agentes foram para o terreno pelas 6h00 desta quarta-feira.

Em janeiro de 2017 foi detetado o desaparecimento, do armeiro da sede da Polícia de Segurança Pública (PSP), de 57 armas Glock após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial que decorreu no Porto.

Outras três armas foram detetadas, posteriormente, pelas autoridades espanholas em Ceuta.

A 17 de outubro deste ano o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse no Parlamento que haviam sido recuperadas oito das 57 armas Glock desaparecidas "em operações distintas, sem nenhuma característica comum entre as mesmas, oito das 57 armas".

O ministro avançou que quatro armas foram recuperadas em Espanha, três das quais na Andaluzia e uma Ceuta, e outras quatro em Portugal.

Eduardo Cabrita avançou ainda que o oficial da PSP que foi responsável pelo departamento onde estavam armazenadas 57 armas desaparecidas em janeiro de 2017 foi exonerado de oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Guiné-Bissau.

Na sequência dos processos disciplinares abertos pela PSP a este caso foi determinado, em março de 2017, a cessação da comissão de serviço do ex-diretor do Departamento de Apoio Geral da direção Nacional da PSP, enquanto oficial de ligação do MAI na Guiné-Bissau.

c/ Lusa
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