Cinco dos atuais e antigos assessores de Maria João Rodrigues estão “chocados” e “surpreendidos” com as acusações de que é alvo a eurodeputada, que está a ser investigada no Parlamento Europeu por alegado assédio laboral. A resposta chega depois de Maria João Rodrigues ter desafiado colaboradores seus a falarem sobre as condições de trabalho. Os assessores dizem que este é um ataque à reputação da eurodeputada.
Os signatários confirmam ter tudo “conhecimento da queixa por parte de uma colega da equipa”, que está a ser avaliada pelas entidades competentes no Parlamento Europeu.
No entanto, consideram que as denúncias que integram a acusação de assédio “não sejam inocentes mas feitas deliberadamente para atacar a reputação de Maria João Rodrigues”.
Em causa está uma queixa de assédio laboral apresentada por uma assistente parlamentar de Maria João Rodrigues, que na noite de sexta-feira confirmou à Antena 1 ter sido ouvida pela comissão do Parlamento Europeu que analisa as acusações de assédio.
A eurodeputada socialista, que é também vice-presidente de uma bancada com 180 deputados de 28 Estados-membros, também admitiu que ter contactado a funcionária em momentos fora do horário de trabalho, em momentos necessários para fazer alterações às viagens.
“Estou tranquila e nego categoricamente certas informações que vieram a lume nalguma imprensa portuguesa, mas que não chego a perceber sequer – sendo de tal forma exageradas - qual é a fonte real dessas informações”, afirmou, classificando as informações apresentadas no semanário de "incorretas, distorcidas e caluniosas".
O Expresso escreve que teve por base "várias fontes, que pediram anonimato por medo de represálias" e que o clima de opressão já resultou na saída de vários elementos da equipa.
"Jamais nos sentimos a trabalhar num ambiente ‘de medo, humilhação permanente ou de ameaça de represálias como foi noticiado. Jamais aceitaríamos tal situação’, garantem os assessores, sublinhando que os “períodos de férias e de ausências, incluindo doença, sempre foram respeitados".
Os assessores assinalam que trabalham longas horas, mas dizem ser “uma escolha pessoal”, e acrescentam ter conhecimento da exigência pedida “desde o momento em que tivemos a nossa entrevista de trabalho”, sendo também compensados com “condições financeiras e laborais vantajosas”.
“É do conhecimento de todos que Maria João Rodrigues é das eurodeputadas que mais se dedica ao seu trabalho (…) Acompanhar a trajetória de uma atora política europeia desta natureza é desafiante e exigente, e não é possível com um horário de trabalho das 9h às 17h”
Para rebater episódios de alegado autoritarismo da eurodeputada revelados pelo semanário, os cinco assessores terminam a missiva salientando que “há momentos de stress e tensão”, mas “nunca houve falta de respeito nas nossas relações de trabalho”.