Assessores acreditam que acusações visam atacar reputação de eurodeputada

por Raquel Ramalho Lopes - RTP
Antena 1

Cinco dos atuais e antigos assessores de Maria João Rodrigues estão “chocados” e “surpreendidos” com as acusações de que é alvo a eurodeputada, que está a ser investigada no Parlamento Europeu por alegado assédio laboral. A resposta chega depois de Maria João Rodrigues ter desafiado colaboradores seus a falarem sobre as condições de trabalho. Os assessores dizem que este é um ataque à reputação da eurodeputada.

"Estamos chocados com as insinuações que têm vindo a ser feitas pela imprensa", começam por afirmar, neste comunicado, Nuno Almeida d'Eça, Ainara Bascuñana, Diogo Pinto, Ana Isa Gommel e Lukas Veseley, em alusão às acusações reveladas pela publicação especializada em assuntos europeus Politico e pelo semanário Expresso.

Os signatários confirmam ter tudo “conhecimento da queixa por parte de uma colega da equipa”, que está a ser avaliada pelas entidades competentes no Parlamento Europeu.

No entanto, consideram que as denúncias que integram a acusação de assédio “não sejam inocentes mas feitas deliberadamente para atacar a reputação de Maria João Rodrigues”.

Os assessores escrevem ainda terem ficado "surpreendidos por ver relatado um ambiente de medo e humilhação por parte de Maria João Rodrigues na sua equipa".

Em causa está uma queixa de assédio laboral apresentada por uma assistente parlamentar de Maria João Rodrigues, que na noite de sexta-feira confirmou à Antena 1 ter sido ouvida pela comissão do Parlamento Europeu que analisa as acusações de assédio.

A eurodeputada socialista, que é também vice-presidente de uma bancada com 180 deputados de 28 Estados-membros, também admitiu que ter contactado a funcionária em momentos fora do horário de trabalho, em momentos necessários para fazer alterações às viagens.

Contudo, a eurodeputada manifesta-se incrédula, quanto às fontes de informações publicadas este sábado na imprensa.

“Estou tranquila e nego categoricamente certas informações que vieram a lume nalguma imprensa portuguesa, mas que não chego a perceber sequer – sendo de tal forma exageradas - qual é a fonte real dessas informações”, afirmou, classificando as informações apresentadas no semanário de "incorretas, distorcidas e caluniosas".

O Expresso escreve que teve por base "várias fontes, que pediram anonimato por medo de represálias" e que o clima de opressão já resultou na saída de vários elementos da equipa.

"Jamais nos sentimos a trabalhar num ambiente ‘de medo, humilhação permanente ou de ameaça de represálias como foi noticiado. Jamais aceitaríamos tal situação’, garantem os assessores, sublinhando que os “períodos de férias e de ausências, incluindo doença, sempre foram respeitados".

Os assessores assinalam que trabalham longas horas, mas dizem ser “uma escolha pessoal”, e acrescentam ter conhecimento da exigência pedida “desde o momento em que tivemos a nossa entrevista de trabalho”, sendo também compensados com “condições financeiras e laborais vantajosas”.

“É do conhecimento de todos que Maria João Rodrigues é das eurodeputadas que mais se dedica ao seu trabalho (…) Acompanhar a trajetória de uma atora política europeia desta natureza é desafiante e exigente, e não é possível com um horário de trabalho das 9h às 17h”

Para rebater episódios de alegado autoritarismo da eurodeputada revelados pelo semanário, os cinco assessores terminam a missiva salientando que “há momentos de stress e tensão”, mas “nunca houve falta de respeito nas nossas relações de trabalho”.

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