Associação Sindical da Polícia aponta incitamento à violência

por Cristina Sambado - RTP
A reação surge depois de na última madrugada a esquadra da PSP no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, ter sido alvo do arremesso de cocktails molotov António Antunes - RTP

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia acusa alguns políticos e entidades, como a Associação SOS Racismo, de incitamento à violência. Paulo Rodrigues diz que a situação é preocupante, referindo mesmo o que considera ser uma clara tentativa de classificar todos os polícias como racistas e xenófobos.

“Estamos a falar de uma tentativa de rotular a polícia como como se fôssemos todos xenófobos ou racistas. Continuamos a perceber e só a olhar para aquilo que é a intervenção da polícia e a esquecer o enquadramento”, afirmou Paulo Rodrigues em entrevista à RTP3.

A reação surge depois de na última madrugada a esquadra da PSP no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, ter sido alvo do arremesso de cocktails molotov.

Para o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícias, o mais preocupante “é o facto de algumas entidades responsáveis de alguma forma, sem mais nem menos, aproveitam para incentivar à violência e até insultar a Polícia de Segurança Pública”.

“Estou a falar, por exemplo, daquilo que foi referido pelo presidente da Associação SOS Racismo”, particularizou.

“Porque se de facto estamos a falar de alguém que pretende melhorar a atividade da polícia, tentar melhorar tudo aquilo que é a atuação da polícia e aquilo que é violência em sociedade, não me parece que esta seja a melhor forma de o fazer”, frisou o responsável.

A acusação do presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia surge depois de a Associação SOS Racismo ter anunciado que vai apresentar uma queixa ao Ministério Público na sequência dos incidentes no bairro da Jamaica, no Seixal.
OSCOT defende aposta na prevenção
Por sua vez, o presidente do Observatório de Segurança Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) defende que o tipo de problemas como os que se viveram esta madrugada em vários bairros só se resolve se existir uma aposta na prevenção. António Nunes confessa que vê com grande preocupação estas alterações de ordem pública e compreende que a polícia, muitas vezes, tenha de fazer uma intervenção musculada para garantir a segurança dos cidadãos.

“Nós estamos perante uma situação, que é preciso aqui sublinhar, que acaba por ser uma situação policial, mas que anteriormente de uma forma preventiva através dos contratos locais de segurança e muitas das vezes através de intervenções sociais – como acontece no Bairro da Jamaica – têm que ser resolvidos”, afirmou António Nunes à RTP3.

Para o presidente do OSCOT, se os problemas não forem resolvidos, “o adiamento de todas estas situações de índole social acaba por um dia, mais tarde ou mais cedo, a ser um problema de polícia”.

“Quando é um problema de polícia, nós temos as nossas forças de segurança a serem colocadas numa situação muito complexa, de controlo de danos e de intervenção para reposição da ordem pública”.



pub