Barrigas de aluguer. Chumbo do TC recebido com revolta e elogios

por RTP
Foto: Reuters

O Tribunal Constitucional chumbou na terça-feira várias normas da lei de gestação de substituição. A notícia foi recebida com agrado pela líder do CDS-PP, mas são várias as críticas apontadas aos juízes do Palácio Ratton.

O Tribunal Constitucional chumbou na terça-feira algumas normas da lei sobre as barrigas de aluguer. No entanto, estas declarações de inconstitucionalidade não se aplicam aos processos que já tenham sido iniciados.
 
O acórdão do TC responde a um pedido de fiscalização da constitucionalidade formulado por um grupo de deputados do PSD e CDS-PP.

Em reação a esta decisão, o juiz desembargador Eurico Reis, que é membro do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, critica a decisão do Tribunal Constitucional.  

O juiz desembargador ainda não leu o acórdão, mas assume que ficou triste e revoltado com a deliberação.  
Já Filomena Gonçalves, vice-presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, diz estar chocada e que esta decisão constitui um “retrocesso”.

Entre as forças partidárias, o CDS-PP, que juntamente com o PSD levantou algumas dúvidas sobre a constitucionalidade do diploma, saudou a decisão do Tribunal Constitucional.  

A líder centrista, Assunção Cristas, sublinha que ainda falta conhecer o acórdão para fazer um comentário aprofundado mas nota desde já que é uma decisão que vai ao encontro das preocupações do CDS-PP.  

Do lado do PS, a deputada Isabel Moreira acusa o Tribunal Constitucional de ter mudado de opinião.

A deputada socialista considera também que esta decisão é uma ofensa às mulheres.  

Uma das normas vetadas foi o facto de não haver uma possibilidade de arrependimento para a gestante. Em causa está, por exemplo, a regra do anonimato de dadores e da gestante de substituição.  

O Tribunal reverte assim uma decisão de 2009, quando considerou que os dadores poderiam permanecer anónimos.

De assinalar que as declarações de inconstitucionalidade não se aplicam a casos já celebrados. Até ao momento, foram celebrados dois contratos de gestação de substituição e sete processos estão em fase de avaliação. Este chumbo não terá qualquer efeito sobre os mesmos.
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