Bispos apelam às autoridades para darem atenção ao tráfico de pessoas

por Lusa

Fátima, Santarém, 15 nov (Lusa) -- A Conferência Episcopal Portuguesa apelou hoje às autoridades para darem atenção ao tráfico de pessoas, escravatura e exploração humana, durante a conferência de imprensa sobre as conclusões da assembleia plenária.

"A Assembleia manifestou preocupação com as notícias acerca do tráfico de pessoas, escravatura e exploração humana, também no nosso país, e pede a maior atenção das autoridades e da sociedade a este problema", referem os bispos.

O presidente da CEP, Manuel Clemente, acrescentou que os bispos têm sido alertados pelas notícias na comunicação social sobre o tráfico de pessoas: "Ainda ontem vinha mais uma notícia de tráfico em Espanha. Não podemos deixar de fazer este apelo para que quer como sociedade, em que nós também nos integramos com as nossas redes de comunidades e como católicos, quer as autoridades do Estado, que são aquelas que têm de velar primeiro pelo bem comum, estejam muito atentos a este problema, porque é um problema que, como diz a escritura, `brada aos céus`."

Na assembleia foi ainda anunciado o "Manual para ações de prevenção do tráfico de pessoas e de assistência às vítimas Talitha kum -- Levanta-te".

Os bispos manifestaram ainda "sintonia" com as palavras do papa Francisco que tem apelado para a paz. "É essencial que a paz assente sempre na defesa da dignidade humana, na procura do bem comum, na solidariedade efetiva entre os povos, na caridade e na justiça, valores evangélicos inerentes à mensagem cristã."

Da reunião plenária, que decorreu entre os dias 12 e 15, os bispos destacaram a importância de uma maior participação dos jovens nos organismos da Igreja. A decisão surge depois da Assembleia Geral do Sínodo, e recomenda "tomar os jovens como sujeitos ativos da missão e protagonistas na vida eclesial" e "elaborar um diretório de pastoral juvenil em chave nacional

"Já há 50 anos o Concílio Vaticano II disse e escreveu que os jovens são os primeiros evangelizadores dos outros jovens. Nas nossas comunidades não devemos pensar apenas nos jovens como objeto da ação pastoral, mas como protagonistas", sublinhou Manuel Clemente, considerando que os jovens devem "ter mais voz ativa nas instâncias eclesiais".

"Os jovens não são só o futuro da Igreja, são a Igreja", destacou.

EYC (APM) // HB

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