Bruxelas apoia reconstrução após incêndios em Portugal com 45 milhões

por Carlos Santos Neves - RTP
“Para apoiar o país após os fogos de junho passado que afetaram a zona Centro, a Comissão Europeia aprovou hoje a mudança do Programa Regional da Política de Coesão” Paulo Novais - Lusa

A Comissão Europeia disponibilizou esta quinta-feira 45 milhões de euros, no quadro do Programa Regional da Política de Coesão, para apoiar “os esforços de reconstrução” no centro do país. Bruxelas assinala, por outro lado, que “Portugal continua a ser apoiado pelo Mecanismo Europeu de Proteção Civil no combate aos incêndios florestais”.

“Para apoiar o país após os fogos de junho passado que afetaram a zona Centro, a Comissão Europeia aprovou hoje a mudança do Programa Nacional de Coesão”, lê-se num comunicado de Bruxelas.

“No âmbito do programa, 45 milhões de euros podem agora ser usados para lidar com as consequências da catástrofe e ajudar a revitalizar a atividade económica da região”, acrescenta a nota do Executivo comunitário.A Comissão sublinha que Portugal continua a ser apoiado pelo Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

“Esta reorientação dos fundos ajudará a Região Centro a retomar o seu curso normal e ajudará os portugueses a virar a página deste capítulo doloroso. A UE está pronta para reforçar o seu apoio quando e onde os europeus mais precisam”, afirmou a comissária europeia para a Política Regional, Corina Cretu, citada no mesmo comunicado.

“Quero expressar a nossa sincera solidariedade para com os portugueses, numa altura em que os incêndios florestais continuam a devastar o país. Também gostaria de manifestar a nossa profunda gratidão àqueles que, em Portugal e no resto da Europa, lutam incansavelmente contra as chamas”, acentuou a responsável.

Ainda segundo a Comissão Europeia, 25 milhões dos 45 milhões de euros “podem ser usados para restaurar a capacidade de produção das empresas locais, incluindo equipamentos e máquinas que tenham sido destruídas nos incêndios”.

Os restantes 20 milhões de euros “podem ser investidos em serviços públicos e no restauro das infraestruturas críticas como reparações nas estradas, restauro dos sistemas de distribuição de água ou substituição de veículos de transportes municipais”.
Mecanismo Europeu
O texto agora difundido faz notar que Portugal “continua a ser apoiado pelo Mecanismo Europeu de Proteção Civil no combate aos incêndios florestais que decorrem no país”.

“Desde 12 de agosto, depois do pedido de Portugal (pela segunda vez este ano), mais de 160 bombeiros, 27 veículos e quatro aeronaves de combate a incêndios foram enviados para o país. Estes meios ainda operam com o apoio da Espanha, através do Centro de Coordenação de Emergência da Comissão Europeia”, enumera a Comissão Europeia, que conclui a enfatizar que a decisão tomada esta quinta-feira “não altera o orçamento global” do Programa de Coesão.O incêndio de Pedrógão Grande provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.


Os dois grandes incêndios que deflagraram há exatamente dois meses em Pedrógão Grande e Góis causaram estragos em cerca de meio milhar de imóveis, entre os quais mais de duas centenas de casas de primeira habitação.

O combate às chamas, que calcinaram 53 mil hectares de floresta, mobilizou mais de dois mil operacionais.

As contas dos prejuízos diretos destes incêndios, que se propagaram à Sertã, no distrito de Castelo Branco, e a Pampilhosa da Serra e Penela, no distrito de Coimbra, atingem os 192,3 milhões de euros.

O investimento em medidas de prevenção e de relançamento da economia local está avaliado em 303,5 milhões de euros.

c/ Lusa
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