Buçaco com gestão alargada e nova equipa de sapadores florestais

por Lusa

Mealhada, Aveiro, 27 jul (Lusa) - A gestão do Buçaco será aberta a "entidades sem fins lucrativos", revelou hoje o secretário de Estado das Florestas, que anunciou na Mealhada a criação de uma equipa de sapadores florestais para esta mata nacional.

Miguel Freitas, que escolheu o Buçaco para efetuar a sua primeira visita como novo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, disse à Lusa que esta mata nacional "é um bom exemplo da ideia de intermunicipalidade" que quer imprimir no planeamento florestal.

"Acabou a orfandade do Buçaco em relação à administração central", prometeu Miguel Freitas, que manifestou vontade política para ajudar a Mata do Buçaco a obter a classificação como Monumento Nacional, um processo que está praticamente concluído, faltando a ratificação em Conselho de Ministros.

O secretário de Estado garantiu que "haverá empenho de concretizar esse grande objetivo", lembrando que a classificação como Monumento Nacional é vital para o sucesso da candidatura da Mata do Buçaco a Património Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), apresentada no ano passado.

Uma das primeiras medidas previstas para o Buçaco será o alargamento da gestão da Mata, até aqui entregue a uma Fundação que integra a Câmara Municipal da Mealhada e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Fonte da Fundação Mata do Buçaco (FMB) disse à Lusa que "estão bem encaminhadas" as negociações com a Fundação Bissaya Barreto, Fundação Luso (criada pela Sociedade das Águas de Luso) e com uma associação local de produtores florestais para que venham a integrar a curto prazo a gestão da Mata.

Nesse sentido, foi assinado hoje um protocolo relativo à modernização administrativa da FMB, que visa "a desmaterialização dos processos internos de organização, uma mais eficiente gestão da Mata Nacional do Buçaco e interação digital com os cidadãos e empresas, contribuindo para a redução dos custos públicos, maior notoriedade do espaço, capacidade de atração de novos públicos e monitorização dos acessos à floresta".

Uma das novidades mais esperadas foi o anúncio da criação de uma equipa de sapadores florestais para a Mata do Buçaco, que funcionará num registo de cooperação intermunicipal entre os municípios da Mealhada, Mortágua e Penacova.

"O bom relacionamento entre Penacova, Mealhada e Mortágua é o modelo que queremos criar, tendo a intermunicipalidade no centro do planeamento florestal", explicou o governante.

Miguel Freitas defendeu que na Mata do Buçaco "existe uma área florestal que dever ser planeada e protegida na base intermunicipal", lembrando que os incêndios que ameaçaram a mata nos últimos anos começaram em concelhos vizinhos e progrediram devido à mancha florestal contínua partilhada pelos três municípios.

O presidente da FMB, António Gravato, manifestou à Lusa a sua satisfação pelas novidades trazidas pelo governante, assegurando que "foi inaugurado um novo ciclo de relacionamento com a administração central", que permite encarar com otimismo o objetivo de conseguir para a Mata a classificação de Património Mundial da Humanidade.

Com 105 hectares, a Mata Nacional do Buçaco foi plantada pela Ordem dos Carmelitas Descalços no século XVII, encontrando-se delimitada pelos murros erguidos pela ordem para limitar o acesso.

Em 201, a Mata ultrapassou pela primeira vez a barreira dos 250 mil visitantes, número que a fundação que gere o espaço espera superar este ano.

Os responsáveis da FMB apostam na tendência do crescimento do número de visitantes registado nos últimos anos, resultado da gestão integrada do vasto património florestal, histórico, cultural, religioso e militar da Mata Nacional, que busca o reconhecimento como Património Mundial da Unesco.

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