Câmara de Viseu cria equipa de sapadores florestais nos bombeiros

por Lusa

O presidente da Câmara de Viseu anunciou hoje a criação de uma equipa de sapadores florestais nos bombeiros municipais, atendendo à exclusão da candidatura formalizada pela autarquia junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

"Não vamos estar à espera do Estado central mais uma vez. Para o ano, teremos uma equipa de sapadores florestais a trabalhar nos bombeiros municipais de Viseu", afirmou Almeida Henriques (PSD), durante a reunião da Assembleia Municipal.

O deputado socialista Alberto Ascensão questionou Almeida Henriques sobre o facto de a candidatura da Câmara de Viseu ao concurso para criação de 20 equipas de sapadores florestais em todo o país não ter sido aceite.

Na opinião de Alberto Ascensão, sendo Viseu um concelho com floresta, esta candidatura não poderia ter sido rejeitada.

"Que eu saiba temos serviços desconcentrados do Ministério da Agricultura em Viseu. Então e vira-se para a Câmara?", respondeu-lhe Almeida Henriques, garantindo que, no que diz respeito à autarquia, o trabalho de proteção da floresta e prevenção dos incêndios "tem sido feito".

Para o antigo secretário de Estado da Economia, "se alguém falhou na aprovação dos sapadores foi o Estado central" e, por isso, a autarquia vai, com meios próprios, criar a sua equipa.

"Esperando que, numa fase posterior, o Estado central se chegue à frente, porque é lamentável que se fale tanto, mas, depois, quando chega à hora da verdade, temos que ser nós, autarquias, a substituirmo-nos ao Estado central", lamentou.

Também as freguesias de Calde e de Côta, no concelho de Viseu, viram a sua candidatura rejeitada pelo ICNF.

A justificação comum para a exclusão das três candidaturas é o facto de a área de intervenção proposta se sobrepor à área de intervenção de outra equipa. A candidatura da Junta de Freguesia de Calde também não cumpria o requisito de "abranger uma superfície de floresta contígua igual ou superior a 2.500 hectares".

Almeida Henriques considerou que "o Estado central, uma vez mais, não está a olhar para a floresta como devia, porque devia ser ele próprio a estimular a criação de equipas de sapadores".

"Não tendo obtido a aprovação, a nível nacional, porque seria comparticipada por fundos comunitários, o que eu assumi é que, como habitualmente fazemos quando o Estado central falha, vamos entrar na vez do Estado central", frisou.

Assim sendo, o autarca social-democrata quer, no próximo ano, ter a funcionar nos bombeiros municipais "uma equipa de cinco pessoas e com todo o equipamento para esse efeito".

"Vamos criar a nossa equipa, admitir pessoas para este efeito, criar uma brigada motorizada para no verão nos ajudar a combater incêndios" e, durante o resto do ano, fazer trabalho de prevenção, acrescentou.

Almeida Henriques disse que já está "a antecipar o que pode acontecer numa lógica de descentralização", mas avisou o Governo que as autarquias não podem "estar só a receber competências", têm que "receber também um cheque" que ajude a pagar as despesas que elas implicam.

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