Caso dos emails: PJ faz buscas no Benfica

por RTP
Lusa

O jornal Expresso e o JN avançaram esta manhã que a Policia Judiciária está a efetuar buscas na sede do Sport Lisboa e Benfica relacionadas com o caso dos emails. A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa confirmou entretanto, em comunicado publicado na sua página da internet, que “foram emitidos mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativas a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e ativa”, e que o “inquérito se encontra em segredo de justiça”.

“No âmbito de um inquérito da 9ª secção do DIAP de Lisboa foram emitidos mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativos a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e ativa”, lê-se na página de internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

De acordo com este documento, “no inquérito investiga-se a prática, por parte de um suspeito, dos referidos crimes, relacionados com os denominados emails do Benfica”.

“A operação encontra-se em curso, contando com a presença de quatro magistrados do Ministério Público, dois Juízes de instrução e 28 elementos da PJ, incluindo Inspetores e Peritos financeiros e contabilísticos e informáticos”.
Benfica confirma buscas
Em comunicado, a "Sport Lisboa e Benfica SAD confirma que, no âmbito dos processos de investigação em curso, foram realizadas operações de recolha de informação nas instalações do Estádio da Luz por elementos da equipa de investigação da Polícia Judiciária, meia hora depois de termos tomado conhecimento dessas diligências através da Comunicação Social".

Diz o Benfica que "estas operações, que pecam por tardias, são encaradas com a maior normalidade pela Sport Lisboa e Benfica SAD, que desde o primeiro momento requereu e disponibilizou-se a fornecer toda a informação necessária a um cabal esclarecimento de toda esta situação, reiterando a sua total colaboração ativa nos trabalhos que estão em curso para o apuramento da verdade. A Sport Lisboa e Benfica SAD reforça o seu apelo a uma rápida e urgente investigação para defesa do seu bom-nome, responsabilização de quem sistematicamente tem cometido diversos crimes e no sentido da normalização institucional do Futebol Português".

Lê-se ainda do documento divulgado pelo clube que "a Sport Lisboa e Benfica SAD aguarda que sejam investigados os autores materiais da violação do seu sistema informático, o que, apesar de reiteradamente solicitado, ainda não foi executado".
O caso dos emails
O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, acusou o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis `encarnados`, nomeadamente de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira.

Entre outras situações, o responsável dos `dragões` revelou também a alegada partilha de mensagens de telemóvel do atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, na altura em que presidiu à Liga de clubes, entre o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o ex-presidente da Assembleia-Geral da Liga Carlos Deus Pereira.

O Benfica pediu ao Tribunal Cível do Porto que interpusesse uma providência cautelar para impedir o Porto Canal de continuar a revelar os emails, Providência que foi indeferida, porque o juiz considerou que “não entra no instituto da concorrência desleal”.

Após esta decisão do juiz do Tribunal da Comarca do Porto, o Benfica anunciou que iria recorrer para o Tribunal de Relação. Os ‘encarnados’ classificaram a decisão como “muito grave e absurda num Estado de direito e que justifica e impõe o inevitável recurso imediato para o Tribunal da Relação”.

Quarta-feira, o SL Benfica tinha desafiado o Ministério Público e a Polícia Judiciária a “agirem para resolver de uma vez por todas o caso dos emails”.

“É absolutamente essencial que o Ministério Público e a Polícia Judiciária venham aqui a esta casa e verifiquem se aquilo que é divulgado pelo Porto Canal corresponde ou não à realidade”, afirmou na BTV o porta-voz da equipa de advogados do Benfica, João Correia.
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