Casos subiram 41,5% em Paços de Ferreira, 36,3% em Lousada e 24,1% em Felgueiras

por Lusa

O número de casos ativos de infeção pelo novo coronavírus aumentou em Paços de Ferreira 41,5% numa semana, em Lousada a subida é de 36,3% e em Felgueiras de 24,1%, revelam relatórios da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A percentagem de aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus nos três concelhos onde o Conselho de Ministros decretou, na quinta-feira, o dever de permanência no domicílio corresponde a 35,4%, de acordo com análise feita pela Lusa aos boletins da DGS que discriminam os "casos confirmados" por concelho, informação apenas divulgada à segunda-feira.

Em Paços de Ferreira, concelho que registou o aumento maior, a 19 de outubro o número de infeções era de 1.303, enquanto hoje a DGS atualizou os dados para 1.845 (mais 542), o correspondente a 41,5% de aumento.

Já Lousada registou, entre 19 de outubro e hoje, um aumento de infeções na ordem dos 36,3%, passando de 919 casos para 1.253 (mais 334).

Em Felgueiras o aumento, em igual período de tempo, foi de 24,1%, com o registo de mais 190 infeções pelo novo coronavírus: de 788 para 978.

No total, Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada, que registavam há cerca de uma semana 3.010 infeções covid-19 e hoje reportaram 4.076 casos (mais 1.066), viram os números aumentar em 35,4%.

Na sexta-feira, entrou em vigor nestes três concelhos do distrito do Porto o dever de permanência no domicílio, tendo ficado também proibidas quaisquer celebrações e eventos com mais de cinco pessoas (salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar).

Os estabelecimentos passaram a ter de encerrar às 22:00, com algumas exceções, e o teletrabalho foi definido como obrigatório para todas as funções que o permitam, independentemente do vínculo laboral.

"Não é confinamento obrigatório, é dito para as pessoas estarem em casa, com exceção de algumas atividades", disse a ministra de Estado e da Presidência, frisando que, embora as medidas não sejam iguais para todo o país, a lógica de dever de recolhimento deveria ser adotada por todos.

Mariana Vieira da Silva salientou ainda não existir uma cerca sanitária, lembrando que as populações dos três concelhos podem circular entre eles.

No domingo o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins, adiantou que esta semana reunirá com autoridades ligadas à saúde para "procurar e preparar rapidamente" um segundo Centro Distrital de Retaguarda covid-19 para o distrito, "possivelmente na região do Tâmega e Vale do Sousa".

Hoje, entra em funcionamento a primeira estrutura dessa natureza em Ermesinde, concelho de Valongo.

Na sexta-feira, o secretário de Estado Eduardo Pinheiro disse à Lusa que, no caso do Tâmega e Vale do Sousa, a capacidade do hospital seria reforçada "já nestes dias" e admitiu que "os números são preocupantes, nomeadamente nos municípios Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira".

Também na sexta-feira a ministra da Saúde disse que há concelhos na região Norte que "merecem maior preocupação" e estão a ser avaliados "muito concretamente" pelas autoridades de saúde, nomeadamente aqueles que ficam próximos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira.

Já o presidente do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), Carlos Alberto Silva, garantiu que "não está em rutura", revelando que contratou 130 profissionais devido à "pressão" da pandemia da covid-19.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.343 em Portugal.

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