Cerca de 5,4 milhões para requalificação de antigas minas de urânio em Tábua

por Lusa

A requalificação ambiental das antigas minas de urânio do Mondego Sul, no município de Tábua, distrito de Coimbra, vai custar cerca de 5,4 milhões de euros, de acordo com o projeto hoje apresentado.

A intervenção na antiga exploração mineira que laborou durante quatro anos, entre 1987 e 1991, deverá começar este ano e tem um prazo de execução de 11 meses.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que presidiu à sessão de hoje, realizada pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), lembrou que a requalificação ambiental daquela zona "é uma ambição antiga" quer do município de Tábua, quer das autarquias da região.

"Desta vez, isto é mesmo de vez. Deixa de ser uma promessa e uma ambição, agora é contar o tempo para que efetivamente seja uma realidade", afirmou o secretário de Estado.

O governante acrescentou esperar que a obra possa estar em curso "o mais breve possível" e concluída em 2018.

O modelo de intervenção, que se estende por uma área de 21,5 hectares, inclui o confinamento e selagem de cerca de 580 mil metros cúbicos (m3) de resíduos mineiros, o controlo e monotorização hidroquímica permanente das águas superficiais e profundas e a recuperação paisagística da área mineira, localizada junto à antiga foz da Ribeira de São Simão e atualmente integrada no regolfo da albufeira da Aguieira.

Jorge Seguro Sanches sublinhou que a EDM, concessionária da requalificação ambiental de antigas minas em vários locais do país, nomeadamente no interior, tem em curso mais de 20 milhões de euros em obra: "Esta [em Tábua] é uma delas, a decisão foi tomada no dia 08 e já estamos em condições de apresentar o projeto e lançar o concurso", frisou.

As intervenções em curso envolvem os municípios de Gouveia e Fornos de Algodres, no distrito da Guarda e Mangualde (Viseu), as antigas minas da Urgeiriça, em Nelas, também no distrito de Viseu, e São Domingos, no concelho de Mértola, distrito de Beja.

"Estou em funções há 15 meses e todas estas obras já foram lançadas por nós. Foram identificadas pela prioridade, utilizando critérios científicos, e estamos a ir a todas elas, assim haja recursos para responder a todas as solicitações. O ritmo está a exceder claramente as boas expectativas, mas temos a noção de que há sempre muito mais a fazer", afirmou Jorge Seguro Sanches.

"Isto é um investimento muito importante assumido pelo país [o financiamento envolve verbas do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), em 78% do total da intervenção] para requalificar e voltar a dar boas condições do ponto de vista ambiental", adiantou.

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