Chamas consumiram 1.200 hectares de floresta em Braga

por Lusa

Braga, 16 out (Lusa) - Os incêndios florestais que fustigaram o concelho de Braga, com particular incidência no Monte da Falperra, consumiram uma área total estimada em 1.200 hectares, foi hoje revelado, em conferência de imprensa.

O número foi adiantado por Nuno Machado, dos Bombeiros Sapadores de Braga, que disse ainda que no combate às chamas estiveram envolvidos 290 operacionais, apoiados por uma centena de veículos.

Na mesma conferência de imprensa, o chefe da Divisão Municipal de Proteção Civil, Vítor Azevedo, acrescentou que, por causa das chamas, cerca de uma centena de pessoas foi retirada de um hotel, de duas instituições e das suas casas, como medida de precaução.

"Mas já todas puderam regressar", disse.

Vítor Azevedo sublinhou que o combate às chamas foi "particularmente dificultado" pelas fortes rajadas de vento, que chegaram a atingir 90 a 100 quilómetros por hora.

Disse ainda que o fogo da Falperra decorreu numa área "densamente povoada", o que dificultou o posicionamento de meios de forma a evitar que danos humanos e em habitações.

"Defender pessoas e bens foi a nossa primeira prioridade", acrescentou.

Mesmo assim, uma habitação foi destruída, assim como um armazém que acolhia uma oficina de automóveis e uma fábrica de torneiras.

No caso do armazém, acrescentou, não é possível estabelecer uma relação direta com o fogo florestal, uma vez que, quando ardeu, as chamas no local já tinham sido dadas como extintas há muitas horas.

O incêndio que no domingo deflagrou na zona da Falperra teve origem em Leitões, Guimarães, e foi dado como extinto pelas 07:00 de hoje.

As estradas de acesso aos santuários do Bom Jesus e do Sameiro foram cortadas à circulação rodoviária e pedonal, uma situação que se manterá até ser feita uma avaliação técnica dos impactos do incêndio, nomeadamente nas árvores, algumas de grande porte, existentes ao longo das vias.

Vítor Azevedo admitiu que até ao final de terça-feira as estradas possam ser reabertas.

O vereador da Proteção Civil na Câmara de Braga, Firmino Marques, lamentou a ausência de meios aéreos, que poderiam ter sido "cruciais" para debelar o incêndio na sua fase inicial.

Destacou, por outro lado, o espírito solidário dos bracarenses, que se deslocaram ao posto de comando das operações para deixarem o seu "contributo" e que ajudaram no combate ao fogo.

Sublinhou ainda o facto de as empresas da região já se terem disponibilizado "para ajudar no que for necessário".

O plano municipal de emergência foi ativado, ao mesmo tempo que o município disponibilizou uma linha telefónica de apoio aos afetados pelos incêndios, que podem contactar com os serviços municipais através do número 253 203 150.

Tópicos
pub