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Conselho das Escolas opõe-se à reforma curricular para o ensino básico

por RTP
O órgão consultivo diz que há menos autonomia para as escolas com a reforma curricular Nuno Patrício - RTP

O Conselho das Escolas não concorda com a reforma curricular que o Ministério da Educação delineou para o 2º e 3º ciclos do Ensino Básico por considerar que é desnecessária e que não deixa margem de autonomia e flexibilidade às escolas.

No parecer solicitado pelo ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, o Conselho das Escolas lembra que está em curso um projeto-piloto em mais de 200 escolas e que a reforma curricular avançaria sem que fosse feita uma avaliação do mesmo.  
 
Ouvido pela Antena 1, José Eduardo Lemos, presidente do Conselho de Escolas, refere que o ensino não precisa de uma nova reforma curricular, recordando que está em curso o Projeto de autonomia e flexibilidade curricular (PAFC)


“Neste momento, uma boa parte das medidas que estão previstas ou preconizadas nessa revisão curricular estão em desenvolvimento em mais de 200 escolas do país, em termos experimentais”, lembra.  
 
Na visão do Conselho de Escolas, se é possível “desenvolver essas medidas neste momento sem uma revisão curricular”, ao manter o mesmo currículo em várias escolas, dando ao mesmo tempo maior liberdade nos projetos experimentais a outros estabelecimentos.  
 
O Conselho de Escolas considera ainda que a reforma curricular em causa vai retirar autonomia às escolas, já que o Ministério da Educação passa a decidir a carga máxima semanal.  
 
“O projeto apresenta algumas formulações e alguns conceitos equívocos, bem como contradições entre os princípios que defende e a respetiva concretização no currículo. A autonomia e a flexibilidade que preconiza parecem estar demasiado dependentes dos recursos libertados pela Administração Educativa e da rigidez das regras de distribuição de serviço docente”, lê-se no documento.  
 
Desta forma, argumenta o órgão consultivo, o Ministério passa a decidir a carga máxima semanal no horário dos ciclos em causa, não deixando espaço e flexibilidade para as opções de cada escola.   
 


“O projeto em apreciação introduz várias alterações à atual organização e gestão do currículo dos ensinos básico e secundário, à margem de qualquer iniciativa de reforço da autonomia e flexibilidade curricular”, refere ainda o parecer.  
 
Outro dos pontos de discordância é na criação de novas disciplinas. A nova reforma desenhada pelo Ministério da Educação prevê a criação de novas disciplinas, incluindo Cidadania e Desenvolvimento e Complemento à Educação Artística.  
 
José Eduardo Lemos considera que estes assuntos poderiam ser tratados em disciplinas que já existem nos planos curriculares do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico.
 
“Nós achamos que era desnecessário aumentar o número de disciplinas, porque temos neste momento, no currículo, disciplinas onde estas matérias, estes saberes, estas competências, podiam ser desenvolvidas”, dando o exemplo da criação da disciplina “Oferta Complementar”.  
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