Conselho Económico e Social avança com estudo sobre o vício da raspadinha

por Lusa
O vício da raspadinha vai ser alvo de estudo D.R.

O Conselho Económico e Social (CES) vai avançar com o estudo sobre o vício da raspadinha, assinando esta quarta-feira um protocolo de cooperação com os dois responsáveis pela investigação e as quatro entidades financiadoras do projeto.

O presidente do CES, Francisco Assis, tinha manifestado há mais de um ano a intenção de promover o estudo, mas a pandemia da covid-19 e a falta de meios financeiros foram adiando a sua concretização.

Com a assinatura de um protocolo de cooperação entre o CES, os docentes e investigadores da Universidade do Minho Pedro Morgado e Luís Aguiar-Conraria e as quatro entidades que se disponibilizaram para financiar o estudo, estão reunidas as condições para iniciar a primeira fase do projeto.

Luís Aguiar-Conraria explicou à agência Lusa que o estudo será desenvolvido em três fases, destinando-se a primeira a fazer a caracterização sócio-económica de quem joga raspadinha, através de um inquérito a toda a população, com base numa amostra de 2.000 pessoas.

"Com esta primeira fase pretendemos saber quem tem problemas com este jogo", disse.

A segunda e a terceira fases do estudo "são inéditas", segundo o investigador, porque se focam nas pessoas que jogam a raspadinha e usam métodos diferentes para chegar a um diagnóstico, nomeadamente fazendo ressonâncias magnéticas às pessoas com processos complexos de dependência.

Aguiar-Conraria não quis adiantar uma previsão para a conclusão do trabalho, mas disse que cada fase deverá levar "alguns poucos meses".

Francisco Assis falou da ideia deste estudo após o anúncio da criação de uma nova raspadinha para financiar a recuperação do património cultural, dado que vários investigadores alertaram para as consequências negativas deste tipo de jogo, com um alto grau de adição por ser um jogo acessível, fácil de jogar, barato e ter um resultado instantâneo.

Segundo o CES, existem indícios de uma maior prevalência junto das classes mais desfavorecidas e das camadas mais frágeis da sociedade.

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