Coronavírus. Repatriados de Wuhan devem ter alta no próximo fim de semana

por RTP
O grupo de cidadãos chegou, de Wuhan no dia de fevereiro ao aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa Reuters

Os 20 cidadãos, 18 portugueses e duas brasileiras, repatriados da China devido ao coronavírus deverão ter alta no fim de semana. Segundo a Direção-Geral da Saúde vão repetir as análises na próxima sexta-feira. Na terça-feira foram revelados os resultados das análises, realizadas no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, dos dois últimos casos suspeitos, ambos negativaram.

O grupo de cidadãos chegou no domingo (2 de fevereiro) ao aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa. Todos estiveram na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto.

Com o seu consentimento, estão sob isolamento profilático enquanto decorrer o período de incubação (até ao aparecimento de sintomas de infeção) do novo coronavírus. O período, de 14 dias, termina em meados de fevereiro.

No sábado sairão para as suas casas. Antes de saírem, no dia anterior sexta-feira às 9h30, de acordo com a vontade destes cidadãos e de acordo com o Instituto Ricardo Jorge programou, vão ser repetidos os testes”, afirmou Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.
Os 20 cidadãos não apresentaram, para já, qualquer sintoma de infeção por coronavírus.

No Hospital Pulido Valente, em áreas reservadas para o efeito, podem fazer exercício físico e circular no exterior com máscaras de proteção.

Ontem, a Organização Mundial de Saúde atribuiu o nome de COVID-19 ao novo coronavírus.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia a duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

Os sintomas associados à infeção pelo COVID-19 são mais intensos que a gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.
Dois novos casos suspeitos deram negativo

As análises aos dois novos casos suspeitos de coronavírus em Portugal - uma doente regressada da China que foi encaminhada para o Hospital Curry Cabral e um homem que regressou da China que está internado no Hospital de São João – deram negativo.

Estes dois casos elevaram para seis o número de casos suspeitos validados em Portugal.

O resultado do paciente internado no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, foi "negativo após realização de análises laboratoriais pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, com duas amostras biológicas negativas", afirmou, ontem a DGS em comunicado.

Já na segunda-feira tinha sido conhecido o resultado das análises realizadas a uma outra paciente que estava internada no Hospital Curry Cabral. Também neste caso, as análises deram negativo.

Os dois pacientes tinham regressado da China, mas não tinham qualquer relação entre eles, segundo explicações dadas pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
DGS vai preparar mais hospitais
Graça Freitas garantiu que Portugal tem um dispositivo de saúde robusto, que está preparado para um eventual caso de COVID-19.

“O sistema de saúde português, a Direção-Geral da Saúde e o dispositivo de Saúde pública que Portugal tem, que é bastante robusto, ativou novamente e está a atualizar os seus planos de contingência, as suas medidas de preparação, as suas medidas de resposta e as suas orientações”, esclareceu a diretora-geral da Saúde.


Segundo Graça Freitas, “a grande prioridade é a preparação das duas regiões autónomas, que estão em termos de hospitais, e que se estão a preparar para fazer o teste laboratorial, sem depender que as amostras biológicas tenham de vir para o continente”.

Já o centro e o sul do país vão ter hospitais de segunda linha, no plano de contenção do surto em Portugal.

A diretora-geral da Saúde relembra que a Linha Saúde 24 está sempre disponível para prestar informação à população.


“Há pessoas que não tendo sintomas precisam de informações sobre o coronavírus. Têm dúvidas, não sabem o que fazer. Não sabem se devem fazer viagens. Não sabem se devem adquirir certos bens de determinadas proveniências”, acrescentou.

Para Graça Freitas, “nós não temos a intensidade de trocas de pessoas e bens como têm países muito maiores do que nós. Em termos de probabilidades puras. Nós somos dez milhões e o nosso fluxo com outros países será menor do que de países muito maiores do que o nosso”.


O COVID-19 já provocou mais de mil mortos e mais de 44 mil pessoas infetadas na China. Ainda assim, o número diário de novos casos de contágio está a diminuir.

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