O primeiro-ministro garantiu manter total confiança no ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social. O ministro Vieira da Silva vai ser ouvido no parlamento sobre o caso Raríssimas na próxima segunda-feira, dia 18.
António Costa alertou ainda que não se deve confundir acusações que agora surgem quanto à gestão da instituição com o “trabalho de excelência do trabalho que a instituição tem desenvolvido ao longo dos anos”.
O chefe do Governo diz que houve surpresa nos relatos que agora vieram a público sobre a gestão da associação Raríssimas. “Estamos a falar de uma instituição muito prestigiada, respeitada, que mereceu sempre a confiança de toda a gente”, reforçou.
António Costa diz que o Estado irá fazer tudo ao seu alcance, dentro dos limites da intervenção estatal numa instituição privada, para que a associação não veja descontinuada a sua atividade de apoio a criança e pessoas com doenças graves.
O ministro Vieira da Silva disse estar "absolutamente tranquilo" com o seu comportamento e com a atuação do Ministério no processo da Raríssimas, prometendo dar todas as explicações na segunda-feira no parlamento.
"Espero com toda a vontade a chegada do momento em que na Assembleia da República, que é o sítio certo, poderei prestar todos os esclarecimentos que os deputados me queiram colocar", afirmou Vieira da Silva.
Ministro com audição marcada
O ministro do Trabalho, Segurança Social e Solidariedade, Vieira da Silva, vai ser ouvido no parlamento sobre o caso Raríssimas na segunda-feira, dia 18.
A comissão de Trabalho e Segurança Social aprovou na quarta-feira por unanimidade um requerimento do PS para que o ministro Vieira da Silva preste esclarecimentos sobre o caso relativo a suspeitas de gestão danosa na associação Raríssimas, mas não tinha ficado data marcada para a audição.
Hoje, o PSD exigiu ouvir as explicações de Vieira da Silva no parlamento sobre o caso Raríssimas até sexta-feira.
"O Governo não deve ir de fim de semana deixando este manto de suspeição avolumar-se", defendeu o líder parlamentar do PSD Hugo Soares.
Uma reportagem emitida pela TVI no sábado denunciou o alegado uso, pela presidente, Paula Brito e Costa, de dinheiro da associação de ajuda a pessoas com doenças raras, a Raríssimas, para fins pessoais.
Na reportagem era também adiantado que o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, foi contratado entre 2013 e 2014 pela associação Raríssimas, com um vencimento de três mil euros por mês, tendo recebido um total de 63 mil euros.
Paula Brito e Costa e Manuel Delgado anunciaram na terça-feira que se demitiam dos respetivos cargos.
Hoje, os trabalhadores da Raríssimas avisaram que a associação está em risco de fechar por falta de acesso às contas bancárias e apelaram ao primeiro-ministro para que envie uma direção idónea para permitir o funcionamento.
Na quarta-feira, elementos da Inspeção-geral do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social estiveram na Associação Raríssimas para dar início à inspeção na instituição.
c/Lusa