Costa: "Temos de prolongar as medidas", com ou sem estado de emergência. Portugal "vai entrar no mês mais crítico"
O primeiro-ministro argumenta que têm de ser prolongadas no tempo medidas como as que estão em vigor com o estado de emergência, porque "temos tido sucesso a baixar o pico desta pandemia, o momento em que o maior número de pessoas está infetado". Ou seja, devendo o pico registar-se mais tarde, também se devem prolongar as medidas "com estado de emergência ou sem estado de emergência".
O primeiro-ministro avisa que este mês vai ser crítico e argumenta que os hospitais têm vindo a dar resposta, mas com a evolução como está projetada, vão ser necessárias estruturas de retaguarda. É o caso do hospital militar que está a ser recuperado, na Ajuda e que o primeiro-ministro visitou esta segunda-feira.
Costa adianta que durante esta semana, as várias entidades vão ponderar a melhor forma de prolongar o estado de emergência, deixando nas entrelinhas que vai ser renovado (como aliás fez desde o anúncio do estado de emergência).
E reitera que o melhor contributo que todos podem dar é o de mover-se pouco e estar em isolamento. “O vírus não anda sozinho. Vírus só vai para onde o transportarmos”.
António Costa elogiou a “grande unidade nacional” em torno do combate ao coronavírus, quer dos políticos, quer dos órgãos de soberania ou mesmo tecido empresarial.
E lembra que depois de se ultrapassar a pandemia, vai ser necessária unidade para fazer um relançamento da economia.
Confrontado com a ideia do presidente do PSD, Rui Rio, segundo a qual, após o fim da pandemia da covid-19, "o Governo que vier será de salvação nacional" para responder aos efeitos da crise económica, o líder do executivo alegou que não ouviu ainda essa entrevista dada à RTP no domingo.
"Acho que neste momento nada justifica a alteração das coisas. As coisas têm estado a correr muitíssimo bem", começou por sustentar António Costa.
Na perspetiva do primeiro-ministro, "o sentido de salvação e de unidade nacional tem prevalecido na sociedade portuguesa e também entre os responsáveis políticos".
Agora, António Costa lembra a importância dos testes que começam a ser feitos aos lares de idosos, dizendo que são essenciais para “separar o quanto antes” as pessoas infetadas das que não estão, lembrando que esta é a população mais vulnerável e aquela a que se tem de dar mais atenção.
“Páscoa vai ter de ser diferente”, diz PM
“Tem havido um cumprimento generalizado” das restrições à circulação, disse Costa, alertando que este ano, a Páscoa vai ter de ser diferente. “Não podem ir à terra, não podem ir para o Algarve”, exemplifica Costa. “É um sacrifício que todos temos de fazer, para nos salvarmos”, alerta, argumentando que “a melhor forma de estarmos juntos nesta altura, é estarmos separados”.