Deputado independente mantém apoio ao Governo dos Açores

por Lusa

O deputado independente Carlos Furtado revelou hoje que vai manter o apoio ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), depois de ter recebido a garantia do líder do executivo de que os acordos de incidência parlamentar vão ser cumpridos.

Em declarações à agência Lusa, o parlamentar independente (que foi eleito pelo Chega em 2020), avançou que teve hoje uma reunião com o presidente do Governo Regional, o social-democrata José Manuel Bolieiro, para discutir o apoio parlamentar ao executivo.

"Saio da reunião menos preocupado do que aquilo que fui (...). Das palavras que percebi do presidente do governo é que os acordos são para cumprir. Isso deixa-me com mais alguma tranquilidade", afirmou.

A 12 de setembro, Carlos Furtado anunciou que estava a ponderar a continuidade do apoio ao governo açoriano, acusando o PPM, que integra o executivo, de "rasgar" o acordo parlamentar devido ao orçamento da Assembleia Regional.

Sem o apoio do deputado independente, o Governo dos Açores não tem a maioria na Assembleia Legislativa Regional.

Hoje, Carlos Furtado reiterou ao apoio ao executivo regional e realçou que não vai levar uma "carta de exigências" para a discussão do Plano e do Orçamento da região para 2023.

"Mantenho o apoio ao Governo Regional. Não é minha intenção andar a brincar aos apoios, com põe apoio e tira apoio. Estas coisas não são assim. O que acho que é mais contestável nesta legislatura é precisamente a volatilidade com que isso tem acontecido", realçou.

O deputado independente destacou que a "estabilidade da legislatura é muito importante", mas alertou que "não se pode governar para uma minoria".

"Há alturas na vida em que, se calhar, é preferível irmos a eleições para depois resultar daí uma maioria mais definida com equilíbrios entre a dimensão dos partidos", avisou.

O deputado destacou que o presidente do Governo Regional está "sensível" às suas propostas, dando o exemplo da iniciativa que pretende "criar condições para implementação de tarifário tendencialmente único para transportes coletivos" na região.

"A senhora secretária [da Mobilidade] desvalorizou um bocado a iniciativa, mas percebi agora que o senhor presidente do governo que está atento e sensível à bonomia da iniciativa", exemplificou.

A 17 de junho, ouvida na especialidade a propósito do diploma de Carlos Furtado, Berta Cabral, secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, considerou que não é "exequível" ou "justo" implementar um tarifário único no transporte coletivo rodoviário.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

O Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) depende do apoio dos partidos que integram o executivo e daqueles com quem tem acordos de incidência parlamentar (IL, Chega e deputado independente) para ter maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional.

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