Um homem de 62 anos foi detido pela suspeita de ter ateado um dos grandes incêndios que, a 16 de setembro, atingiu o concelho de Vila Pouca de Aguiar, anunciou hoje a Polícia Judiciária de Vila Real.
A PJ disse, em comunicado, que o homem é suspeito de ter ateado um incêndio em área florestal e agrícola, na zona de Sabroso de Aguiar, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, consumindo uma área total de 1.084 hectares.
"O foco de incêndio inicial originou vários reacendimentos que acabaram por resultar num incêndio de grandes dimensões, fustigando diversos povoamentos florestais, tais como pinheiro bravo, carvalho, castanheiro, mato, assim como vários prédios urbanos, um armazém, estufas, de valor consideravelmente elevado", referiu ainda a Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real.
O fogo foi ateado numa área florestal junto ao armazém, que acabou por arder por completo, onde um empresário tinha o escritório da empresa de importação e exportação de flores e hortícolas, documentação, máquinas, empilhadoras, arcas frigoríficas e plantas.
A PJ acrescentou que este incêndio provocou ainda o corte e condicionamento na circulação de veículos, em diversas estradas do concelho de Vila Pouca de Aguiar, que ligam às localidades de Sabroso de Aguiar, Vilela da Cabugueira, Bragada, Freixeda e Capeludos, entre outras, obrigando à evacuação de vários populares, que tiveram de ser retirados das suas habitações para locais seguros.
O fogo foi combatido por diversas corporações de bombeiros do distrito de Vila Real, entre operacionais de outras forças, como sapadores e GNR, assim como por meios aéreos, nomeadamente aviões e helicópteros que, na altura, operaram em Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Segundo a PJ, o detido vai ser presente a interrogatório judicial, no Tribunal de Vila Pouca de Aguiar, para aplicação de eventuais medidas de coação.
No dia 16 de setembro foram quatro os grandes incêndios que deflagraram em Vila Pouca de Aguiar, em horas diferentes e locais distantes do concelho, sendo que só no dia 19 de setembro foram dados como extintos, depois de consumiram uma área total estimada de 10.000 hectares e prejuízos na ordem dos quatro milhões de euros.