É possível prever e combater o terrorismo?

por RTP

O comissário Sérgio Soares da PSP, especialista em Segurança e Informações, considera que é necessário continuar "o trabalho de prevenção no âmbito da troca e da partilha de informações das várias polícias. Quer ao nível interno, quer ao nível da União Europeia, e ao nível dos vários serviços de informação, não só através das polícias".

Em relação a Portugal, e segundo o comissário Sérgio Soares, "a PSP partilha diariamente todas as informações de relevo com as várias policias e com os servi8ços de informações. E temos também optados por ações de sensibilização aos nossos polícias e também à sociedade civil, no âmbito de tentar detetar sinais que possam evidenciar situações de radicalização, bem como sinais que possam evidenciar que estará a ser posto em prática um ato deste género".

A prevenção para o tipo de ataque como o que aconteceu ontem em Westminster, em que foram usados objetos utilizados do quotidiano (uma faca e um carro), "torna-se bastante mais difícil, pois segue a linha da mensagem que tem sido amplamente difundida pelas organizações terroristas em que apelam a que um determinado individuo, radicalizado, terrorista, possa usar um objeto comum, uma viatura uma arma branca, para perpetrar o ataque".

"Isso faz, com que para as autoridades seja muito mais difícil a deteção precoce destes indivíduos", sublinhou.

Apesar de Portugal manter o mesmo nível de alerta para eventuais ataques terroristas, "os serviços de informações estão atentos e em partilha constante de informações com as autoridades europeias".

"De facto continuamos a por em prática aquilo que nos é possível fazer no âmbito da prevenção no caso deste tipo de atos", esclareceu o especialista em Segurança e Informações da PSP.

"No caso da Polícia de Segurança Pública já há algum tempo que temos no terreno os denominados policiamentos de visibilidade preventiva, que são equipas mistas de polícias dos comandos territoriais e da Unidade Especial da Polícia em que determinas zonas estratégicas, nomeadamente junto de infraestruturas aeroportuárias, a locais de grande aglomeração de pessoas, zonas turísticas, colocamos estas equipas, por um lado para dissuasão, para evitar e prevenir este tipo de incidentes, e numa segunda fase, que esperamos nunca venha a acontecer, para termos equipas prontas a reagir a qualquer ameaça deste género e para que essa reação seja o mais eficaz e eficiente possível, de forma a evitar o maior número de vítimas possível", rematou.
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