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Enfermeiros prometem voltar à luta com dinheiro que resta do crowdfunding

por RTP
Enfermeiros em protesto aquando da greve cirúrgica Arquivo Lusa

São cerca de 200 mil euros que ainda restam da campanha de crowdfunding que financiou há um ano a greve cirúrgica. Os enfermeiros pretendem agora aplicar o dinheiro em novas ações de luta em breve, mas não revelam quais.

Catarina Barbosa, uma das mentoras do grupo que lançou a campanha de crowdfunding que financiou as greves dos enfermeiros, disse em entrevista à TSF que os 200 mil euros deverão ser aplicados em novas ações de luta pela carreira.

A enfermeira confirma que o dinheiro "existe, está guardado". "Temos novos planos para aplicar esse dinheiro. Vamos voltar à luta e esse dinheiro vai ser aplicado”, reforçou.

No ano passado, os enfermeiros angariaram 784 mil euros através do financiamento colaborativo, ou crowdfunding. O dinheiro servir para ressarcir os enfermeiros que aderiram às duas greves às cirurgias programadas dos blocos operatórios de vários centros hospitalares.

Milhares de cirurgias foram adiadas e, na sequência da polémica em torno desta greve inédita, a ASAE realizou uma inspeção, não detetando irregularidades na campanha de angariação de fundos.

Por essa razão, Catarina Barbosa explicou à TSF que não houve devoluções de dinheiro. "A ASAE já disse que foi tudo legal, por isso não faria sentido haver essas devoluções."

Catarina Barbosa afirma que valeu a pena "lutar pelos direitos [dos enfermeiros] e por aquilo que é justo" porque os profissionais conseguiram atingir algumas alterações à carreira.

No entanto, afirma que a luta não terminou. "Não está, de todo, ainda como precisamos. Ainda temos reposicionamentos para fazer, que não estão a ser contabilizados corretamente, instituições que fazem interpretações diferentes da lei."

Sem pormenorizar como e quando, a enfermeira promete novas ações de luta, usando o dinheiro angariado.
Há um ano, o Conselho Consultivo da Procuradoria-geral da República emitiu um parecer considerando que, no que toca ao crowdfunding, "não é admissível que os trabalhadores aderentes a uma greve vejam compensados os salários que perderam como resultado dessa adesão através da utilização de um fundo de greve que não seja constituído, nem gerido pelos sindicatos que decretaram a greve".
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