Enfermeiros querem alargar greve para fora dos blocos operatórios

por RTP
O objetivo é mostrar ao Governo e à população que esta é “uma reivindicação de todos” Miguel A. Lopes - Lusa

Os enfermeiros pretendem alargar a greve que, até agora, se tem realizado apenas nos blocos operatórios. A presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) quer que o reforço no impacto da atual paralisação tenha início já esta segunda-feira, data em que a ministra da Saúde tinha dito esperar que a greve terminasse e fosse reposta a normalidade.

Lúcia Leite, presidente da ASPE, pretende, com esta medida, mostrar ao Governo e à população que esta é “uma reivindicação de todos”.

“Os enfermeiros que estão nos internamentos sabem que os doentes precisam dos seus cuidados, e portanto inibiram-se de entrar em greve”, declarou Lúcia Leite.

“Neste momento, não havendo nada publicado, esta é uma resposta que demonstra que os enfermeiros estarão unidos em volta das reivindicações de uma classe profissional, e portanto o que queremos demonstrar é que isto não é uma luta de poucos enfermeiros, é uma luta de todos os enfermeiros”, acrescentou.

Na sexta-feira, a ministra da Saúde disse esperar que a greve terminasse de imediato e que a normalidade fosse reposta já esta segunda-feira. Marta Temido sublinhou ainda que o parecer da Procuradoria-Geral da República apresenta duas justificações para considerar a greve dos enfermeiros ilícita.

No entanto, enfermeiros não sindicalizados manifestaram-se na manhã desta segunda-feira em frente ao IPO do Porto para apoiar a greve cirúrgica e fazer as mesmas reivindicações.

Os profissionais pedem melhores condições de trabalho e a renegociação da carreira, garantindo que vão continuar a manifestar-se até verem cumpridas as exigências.
Seguros de saúde aumentam
A crise nos hospitais públicos tem vindo a fazer aumentar o número de seguros de saúde. Nos primeiros meses de 2018 o volume de negócios aumentou 7,4 por cento e, de momento, o segmento já regista contratos no valor de dois milhões e 600 mil euros.

Os dados são da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e da Associação Portuguesa de Seguradoras.

Para além das paralisações, também os atrasos e a degradação do Serviço Nacional de Saúde estão na origem deste desvio dos doentes para o privado.
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