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Estudo aponta mais raparigas vítimas de bullying

por RTP
Charles Platiau - Reuters

Um estudo no âmbito dos problemas do comportamento de adolescentes, com base numa investigação do Health Behaviour in School Age Children (HBSC), revela que as raparigas estão mais envolvidas em situações de bullying e cyberbullying como vítimas e os rapazes como agressores.

O estudo “Bullying, cyberbullying e problemas de comportamento: O género e a idade importam” analisou o envolvimento dos jovens neste tipo de violência, a par da frieza emocional, em função do género e da idade.A amostra foi composta por 8215 estudantes com uma média de idades de 14,36 anos, dos quais 57,7 por cento eram raparigas, que frequentavam os 6.º, 8.º, 10.º e 12.º anos de escolaridade.


Grande parte da amostra admitiu não estar envolvida em situações de bullying, cyberbullying ou de violência.
Desta forma, o estudo indica que 75,6 por cento dos rapazes e 78,6 por cento das raparigas não estão envolvidos em situações de bullying e que 88,5 por cento dos rapazes e 90,2 por cento das raparigas não tiveram envolvimento em casos de cyberbullying.

Da percentagem de alunos que admitiram estar envolvidos nestas situações, 14,8 por cento das raparigas foram ou são vítimas de bullying e 6,9 por cento de cyberbulliyng. Por sua vez, no caso do sexo masculino, cerca de 11 cento foram vítimas de bullying e cerca de sete por cento de cyberbullying.

Em contrapartida, 13 por cento dos rapazes assumiram-se na posição de agressores ou vítimas provocadoras do bullying e 7,9 por cento disseram o mesmo em relação ao cyberbullying. No que diz respeito às raparigas, as percentagens baixam para 6,6 e 2,9 por cento, respetivamente.

O estudo divulgado a propósito do 10.º Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente, agendado para quarta e quinta-feira em Lisboa, revelou que, apesar de as situações de bullying serem mais frequentes que as situações de cyberbullying, os resultados apresentam um padrão semelhante.

A Antena 1 conversou com Nuno Loureiro, um dos autores deste trabalho, que começou por explicar como foi feita a investigação.

Sandra Henriques - Antena 1
“Frieza emocional”
Relativamente às diferenças de género, quando considerados o total de problemas de comportamento e a frieza emocional, os dados mostram que este tipo de situações é mais frequente nos rapazes.

A idade demonstrou também ter efeito neste tipo de cenário: com o tempo estes comportamentos diminuem. De acordo com a investigação, o envolvimento com estas situações aumentou do 6.º para o 8.º ano, diminuindo significativamente a partir daí.
“Políticas públicas”

Os autores do estudo recomendam "o desenvolvimento de políticas públicas, na área da educação e saúde, em contexto escolar e comunitário, de Tolerância Zero à Violência".

Aconselham também ao desenvolvimento de competências de pais e professores na identificação de sinais de envolvimento em situações de violência; no suporte às vítimas; e na desmistificação da aura de poder e superioridade dos agressores ou provocadores.

A provocação é encarada como uma perturbação antissocial que necessita de apoio psicológico.
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