Europol. Detidos 11 suspeitos de contrafação de moeda falsa

por RTP
Reuters

Onze pessoas foram detidas em sete países da União Europeia, suspeitas de contrafação de moeda. A operação, coordenada pela Europol, visou várias dezenas de suspeitas que adquiriram a moeda falsa através da darknet. A investigação teve início na Operação Deep Money, conduzida pela Polícia Judiciária, em julho, e que permitiu desmantelar uma das maiores redes de contrafação.

Entre 9 e 11 de dezembro, a Europol fez avançar uma operação conjunta entre sete Estados-membros da União Europeia, contra a venda de notas de Euro contrafeitas, vendidas ilegalmente em plataformas da Darknet.

Foram realizadas 36 buscas domiciliárias e detidos 44 suspeitos para interrogatório, 11 dos quais ficaram em prisão. Foram ainda apreendidos documentos falsos, notas falsas, drogas, substâncias dopantes, armas e moeda virtual.

Na Alemanha, a polícia conseguiu ainda desmantelar uma rede que produzia documentos falsos. Só na Alemanha foram conduzidas 27 buscas domiciliárias, tendo as restantes sido efetuadas na Austria, França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo e Espanha.

Esta operação surge no seguimento de uma operação da Polícia Judiciária, conduzida em julho e que permitiu desmantelar uma rede de contrafação de moeda.

“Após uma análise dos elementos probatórios recolhidos pela Polícia Judiciária, foi possível identificar diversas transações de moeda falsa, informação que foi comunicada à Europol e, posteriormente, por esta otimizada e disseminada por todos os países afetados”, escreve a PJ em comunicado.

A operação de julho permitiu a apreensão de maquinaria e a detenção de cinco pessoas, suspeitass de produzir e distribuir notas falsas de 10 e 50 euros através da Darknet. Mais de 26.000 notas falsas foram enviadas para compradores de toda a Europa, tornando este o segundo maior grupo criminoso a ser identificado a produzir moeda falsa e a operar na Darknet, adianta a Europol em comunicado.

A informação obtida por esta operação da PJ permitiu que se chegasse aos compradores de moeda, informação que desencadeou a atual ação conjunta. A Europol apoiou a investigação com análise operacional e facilitou a troca de informação entre polícias.

“Este esforço conjunto da justiça europeia demonstra, uma vez mais, que o anonimato na darknet pode ser combatido com uma boa cooperação internacional”, reforça a PJ.

Em julho, a PJ anunciava em conferência de imprensa que a rede foi formada no início de 2017, produzindo milhares de notas de euros falsas "com muito boa qualidade".

A comercialização das notas fazia-se através da Darknet e os criminosos conseguiam entre 20 a 25% de lucro, isto é, 100 mil euros eram vendidos por 20 ou 25 mil euros.

"As notas eram publicitadas e comercializadas através da Darknet e recebidas as encomendas por essa via ou através de algumas aplicações móveis e posteriormente o presumível cabecilha remetia essa informação aos elementos do grupo que encontravam em Portugal que por sua vez produziam as notas e enviavam por correio", explicou na altura Luís Ribeiro, da PJ.

As notas contrafeitas foram apreendidas em praticamente todo o espaço europeu, com maior incidência em França, Alemanha, Espanha e Portugal e globalmente desde janeiro de 2017 foram apreendidas notas com valor superior de 1,3 milhões de euros.

Entre as cinco pessoas detidas estão cidadãos portugueses e franceses.

Um dos detidos é português, tem 35 anos, e é considerado pela PJ como o cabecilha da rede que foi detido a 23 de agosto na Colômbia e posteriormente entregue à PJ em Portugal. O homem tem registo criminal por vários crimes, nomeadamente tráfico de droga e extorsão sexual.

c/ Lusa
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