Eutanásia. `Vice` da bancada do PSD "adia" debate sobre referendo para mais tarde

por Lusa

O vice-presidente da bancada do PSD Adão Silva afastou, para já, a urgência de uma discussão sobre um referendo à eutanásia, a menos de 10 dias do debate parlamentar sobre o tema, no dia 20 de fevereiro.

"Não está em cima da mesa a questão referendária. O que está em cima da mesa é a votação de cinco projetos de lei em que o PSD dá liberdade de voto para cada um votar de acordo com a sua consciência", afirmou à Lusa o deputado Adão Silva, acrescentando, quanto ao referendo: "Mais tarde se verá".

O tema da despenalização da morte assistida vai estar em discussão numa reunião do grupo parlamentar, agendada para quinta-feira, numa altura em que o referendo é debatido internamente entre os deputados sociais-democratas e é criticado o pouco tempo disponível para se fazer um debate mais alargado, como disseram alguns deles à Lusa.

Dois dias depois do 38.º congresso do PSD, em Viana do Castelo, onde foi aprovada uma moção a favor do referendo, Adão Silva insistiu que "mais tarde se verá".

Estas afirmações estão em linha com a posição expressa pelo presidente do partido, numa entrevista à RTP durante o congresso.

Rui Rio foi questionado sobre a ideia defendida pelo eurodeputado Paulo Rangel de um referendo sobre a eutanásia e manifestou-se pessoalmente contra, mas sem excluir totalmente essa hipótese.

"Neste momento está agendado [o debate para 20 de fevereiro], não há nada a fazer, não haverá referendo na próxima semana", disse, reiterando que haverá liberdade de voto na bancada do PSD em relação às várias iniciativas sobre o tema.

Mesmo com mais tempo, Rui Rio foi cauteloso: "Eu, pessoalmente, tendo a dizer que não, se o partido entender que esta matéria um dia deverá ser decidida por referendo, também não é antidemocrático."

No debate de dia 20, Adão Silva sublinhou que, a exemplo do que aconteceu no debate de maio de 2018, quando todos os projetos de despenalização foram chumbados, os deputados têm liberdade de voto.

E admitiu como cenário possível que os diplomas baixem à comissão sem votação, embora essa iniciativa tenha de pertencer aos grupos parlamentares e deputados com iniciativas próprias -- BE, PAN, PS, PEV e IL.

"Não nos vamos opor a isso", acrescentou Adão Silva, que, à margem do congresso, já se manifestou disponível para liderar a bancada do PSD, com a anunciada saída de Rui Rio.

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