Forças de segurança em protesto reivindicam melhores condições

por Mário Aleixo - RTP
Os polícias prometem repetir imagens já vistas noutras ocasiões RTP

Está prevista ser a maior manifestação de forças de segurança alguma vez feita em Portugal. A PSP e a GNR vão efectuar um protesto esta quinta-feira à tarde.

Apesar de o ministro da Administração Interna se ter reunido na quinta-feira passada com os sindicatos mais representativos da PSP, e na segunda-feira com a APG/GNR, as estruturas decidiram manter o protesto, por ainda não estar definido um calendário para a resolução rápida dos problemas, mas apenas uma agenda de reuniões negociais.

O protesto já conta com apoio de outras associações sindicais e do autodenominado Movimento Zero, cuja composição é desconhecida.

O Movimento Zero foi criado através das redes sociais e dele fazem parte agentes da PSP e militares da GNR.

A PSP diz em comunicado que o trânsito entre a zona do Marquês de Pombal e São Bento, em Lisboa, vai sofrer fortes restrições.

Já ontem (quarta-feira) a PSP isolou a zona da Assembleia da República com barreiras metálicas e blocos de betão.

Questionado sobre este protesto, o Presidente da República afirmou ontem que não "vê razão nenhuma para estar preocupado se houver a vontade, que parece haver, de contacto e diálogo entre o Governo, de um lado, e as entidades associativas, no que respeita às forças de segurança". 

Há um "exercício de direito democrático de manifestação", disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa. "Deve ser pacífico. E há naturalmente regras legais sobre o exercício de direito de manifestação. E a democracia deve afirmar-se naquilo que é o exercício normal dos poderes públicos e dos direitos dos cidadãos".

Também sobre esta manifestação, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que espera uma manifestação dos polícias pacífica.
O tema marcou ontem o debate no Parlamento.
Na última legislatura, elementos das forças de segurança fizeram vários protestos, em defesa das carreiras e dos salários, mas nenhum assumiu contornos violentos, como o que ocorreu em março de 2014, igualmente junto à Assembleia da República, onde chegou a haver confrontos entre o Corpo de Intervenção e os manifestantes, quando estes derrubaram as barreiras policiais e tentaram subir as escadarias do parlamento, tendo resultado em 10 feridos.

Num universo de cerca de 20.000 efetivos da PSP, existem 18 sindicatos na polícia com cerca de 4.000 dirigentes e delegados, mas a legislação sobre as associações profissionais da polícia foi revista, determinando os critérios para terem capacidade para negociar com o Governo.

As associações esperam que seja a manifestação de quinta-feira seja o maior protesto conjunto das forças de segurança e que corra de forma pacífica e ordeira.
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