Em direto
Guerra no Médio Oriente. A escalada do conflito entre Irão e Israel ao minuto

Fundo de emergência só abrange situações "mais gravosas"

por RTP
O ministro do Planeamento afirmou ainda que o levantamento dos prejuízos estará concluído no final da próxima semana Tiago Canhoto - Lusa

O Governo anunciou na quinta-feira a criação de um fundo de emergência, mas algumas autarquias ficaram de fora, nomeadamente Góis e Pampilhosa da Serra. Uma decisão criticada pelos respetivos responsáveis autárquicos.

Entrevistado no 360, da RTP3, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, explicou na última noite que há outros fundos disponíveis para todos os concelhos afetados pelos incêndios, além do fundo de emergência anunciado em Conselho de Ministros.

O próprio fundo de emergência resulta das contribuições solidárias que chegam de todo o país.

O ministro do Planeamento afirmou ainda que o levantamento dos prejuízos estará concluído no final da próxima semana. Por outro lado, não se comprometeu com prazos para os trabalhos de reconstrução.

Os autarcas de Góis e Pampilhosa da Serra manifestaram indignação com o facto de os respetivos concelhos não ficarem abrangidos pelo fundo de apoio à revitalização das áreas afetadas pelos incêndios.

"Dez mil hectares ardidos, casas de habitação ardidas e arrecadações, enfim, imensas explorações agrícolas. Como este fundo é constituído por donativos dos portugueses e por entidades internacionais, tem que chegar a todos os portugueses que foram afetados nestes incêndios e portanto tem que haver resposta para estas pessoas, não pode ser só para alguns", apontava na quinta-feira o presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra.

"Eu estou estupefacto. Espero que seja engano", rematou José Brito.

"Terei que considerar isto um mero lapso e, se é um lapso, tem que ser corrigido e nada mais posso dizer sobre isto. Eu não aceito que seja outra coisa", sublinhou, por seu turno, o vice-presidente da Câmara de Góis, Mário Garcia.
Dezenas de milhares de hectares

Os concelhos de Góis e de Pampilhosa da Serra foram fustigados ao longo de vários dias por um incêndio de grandes proporções. A Proteção Civil deu o fogo por dominado ao início da manhã de quinta-feira.

As primeiras estimativas da Proteção Civil apontam para mais de 20 mil hectares de mancha florestal ardida. Há notícia de 18 feridos ligeiros e pelo menos quatro casas destruídas, a par de dezenas de unidades agrícolas.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, onde morreram 64 pessoas e mais de 200 ficaram feridas, consumiu perto de 30 mil hectares de floresta, segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

Em Castanheira de Pêra, as chamas consumiram pelo menos 64 casas.

Este incêndio teve início no passado sábado em Escalos Fundeiros, alastrando depois a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pêra.

c/ Lusa
pub