O Governo ainda não tem soluções para resolver o problema dos trabalhadores da Groundforce, indicou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, após uma reunião realizada com os representantes dos colaboradores, revelou a Comissão de Trabalhadores.
“Se nem o Estado nem a TAP injetavam dinheiro sem uma garantia, hoje em dia já sabemos que não há ações para penhorar" e por isso nem o Estado nem a TAP vão “investir nenhum dinheiro” na empresa de "handling" (assistência em terra nos aeroportos), disse.
“A empresa é viável, tem boa estrutura e o problema é conjuntural. Temos todas as condições de, numa situação normal, fazer a operação da empresa dar lucro e assim que haja uma retoma tem todas as condições para começar a faturar”, garantiu.
João Alves disse ainda que o ministro “não está ainda em condições de poder avaliar as situações” porque não depende só dele. “Assim que tiver mais dados concretos diz que nos volta a contactar”, referiu.
Segundo fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, as negociações, que já se arrastavam há vários dias, falharam, porque Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, empresa que detém 50,1% da Groundforce, não pode entregar as ações como garantia para o empréstimo, uma vez que já se encontram penhoradas.
Em causa estão as negociações para um adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários em atraso, relativos a fevereiro, que seria feito pela TAP à Groundforce, em que as ações da Pasogal seriam dadas como garantia.
A TAP é também acionista da Groundforce, com 49,9% do capital, e o principal cliente da empresa da 'handling' (assistência nos aeroportos), e desde novembro tem vindo a fazer adiantamentos à Groundforce, que teve uma grande quebra de receitas devido ao impacto da pandemia no setor da aviação.
Na quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas disse que o empréstimo bancário à Groundforce será dado com aval do Estado, realçando que as exigências para o financiamento aguardado serão "as mesmas" que as impostas para o adiantamento pela TAP.
Questionado sobre a demora da operação, apontada pela empresa como justificação para o atraso no pagamento dos salários, o governante adiantou que "havia um conjunto de informação que estava a ser pedida (à empresa), mas não estava a ser dada e isso atrasou o processo".
"A disponibilidade para fazer essa operação existe", disse, referindo que "em princípio, [...] o empréstimo chega durante o mês de março".