Governo declara estado de calamidade em regiões ameaçadas por incêndios

por RTP
O Governo vai ouvir os vários presidentes de câmara dos territórios em causa ainda esta quinta-feira Foto: Lusa

O Executivo decidiu decretar o estado de calamidade pública com caráter preventivo nos distritos do interior, centro e norte, mas também em alguns concelhos do distrito de Beja e sotavento algarvio. A medida é tomada face à previsão do agravamento do risco de incêndio nos próximos dias.

Em nota do gabinete do primeiro-ministro enviada às redações, o Governo informa esta quinta-feira que a medida preventiva é tomada "face à previsão do agravamento, nos próximos dias, em particular no fim-de-semana, do risco de incêndio muito elevado e máximo".

"O Governo, por despacho do primeiro-ministro e ministra da Administração Interna, vai declarar o estado de calamidade pública com efeitos preventivos naquelas zonas do território nacional", esclarece a nota.

O documento acrescenta que o primeiro-ministro António Costa e a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, convocaram uma reunião com o Chefe do Estado-Maior General das Forças Amadas, o comandante geral da GNR, o comandante nacional de Operações de Socorro e ainda o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

A reunião tem como objetivo garantir "a mobilização máxima de meios e pré-posicionamento nas zonas de maior risco".

A mesma nota informa que o Governo vai ouvir os vários presidentes de câmara dos territórios em causa ainda esta quinta-feira, de forma a identificar que outras medidas de caráter preventivo poderão ser tomadas nos próximos dias.
Centenas de deslocados

No briefing da manhã desta quinta-feira, a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Patrícia Gaspar, estabeleceu em 81 o número de pessoas deslocadas em Mação. Em Abrantes e no Sardoal, para onde o fogo alastrou, são 24 e 28 os deslocados, respetivamente.

O incêndio de Mação é aquele que "mais preocupa, que deu muito trabalho e que está a dar muito trabalho".

"Temos em mãos uma operação de Proteção Civil já com alguma complexidade. O incêndio neste momento apresenta várias frentes ativas. Tem tido um comportamento muito complexo. Uma situação toda ela difícil em termos de combate, a meteorologia não favoreceu o que foi a evolução do incêndio, pelo contrário, propiciou o desenvolvimento deste incêndio", notou Patrícia Gaspar.

Questionada sobre as críticas do presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, que questionou o número de meios mobilizados para a região, a porta-voz lembrou que já na quarta-feira haviam sido alocados todos os meios aéreos disponíveis.

"Temos todos os meios aéreos mobilizados para este teatro de operações. Foi já o que aconteceu no dia de ontem. Ontem foram reforçados os meios terrestres neste incêndio. Temos 15 grupos de reforço portugueses, mais os três módulos de Espanha", acentuou.
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