Governo dos Açores liberta 17 camas no Hospital de Ponta Delgada para repor normalidade

por Lusa

Ponta Delgada, Açores, 13 fev (Lusa) -- A Secretaria Regional da Saúde vai libertar 17 camas ocupadas no Hospital do Divino Espírito Santo por doentes com alta, há vários meses, visando retomar a normalidade clínica, foi hoje anunciado.

O diretor regional da Saúde, Tiago Lopes, que esteve reunido com o Conselho de Administração do Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, declarou à agência Lusa que uma "avaliação da situação clínica e social dos utentes internados na Rede Regional de Cuidados Continuados e existentes nas estruturas residenciais para idosos" permitiu proceder à "otimização das vagas disponíveis".

A responsável pelo Conselho Médico dos Açores da Ordem dos Médicos, Isabel Cássio, considerou na terça-feira que a situação que se vive no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, resulta de "falta de planeamento e estratégia", reivindicando medidas "urgentes".

As causas, apontou, são a época gripal, o envelhecimento da população e o facto de o hospital ter "permanentemente um número significativo de camas bloqueadas por doentes (25) que não têm a necessidade" de ali estar, havendo cancelamentos cirúrgicos por esta razão.

A situação conduziu mesmo, segundo Isabel Cássio, ao cancelamento do programa de produção cirúrgica adicional para regularizar a lista de espera existente "há vários anos".

A anteceder estas declarações, a direção clínica e a administração do hospital de Ponta Delgada afirmaram que têm "chamado a atenção da tutela", há "mais de dois anos", para a necessidade de se ter "uma solução nos cuidados primários e na comunidade de modo a que sejam libertadas as camas ocupadas com casos sociais e de cuidados continuados".

Tiago Lopes adiantou que os doentes com alta - também por via da "finalização de um procedimento concursal para a contratação de 12 assistentes operacionais" - vão ser assim transferidos para lares (6) e os restantes 11 para as unidades de cuidados continuados de Vila Franca do Campo, Nordeste, Povoação e Clínica de Bom Jesus.

O diretor regional assegura, com base em declarações do Conselho de Administração da unidade hospitalar, que a libertação de camas "irá permitir a retoma da atividade cirúrgica normal nos blocos operatórios".

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