Governo e sindicatos dos professores estabelecem compromisso

por Antena 1

Os sindicatos de professores preferem não falar em acordo mas no estabelecimento de bases para um processo negocial. A última reunião terminou este sábado de madrugada.

O Governo congratulou-se com o acordo alcançado com os sindicatos da educação para a reposição salarial do tempo de serviço congelado e diz que o compromisso assinado traduz "um modelo responsável, financeiramente sustentável".

O secretário-geral da Federação Nacional da Educação, João Dias da Silva, aponta à Antena1 o calendário das negociações.

Uma coisa é certa para os sindicatos quanto ao tempo congelado: a base das negociações são os nove anos, quatro meses e dois dias.

Mas João Dias da Silva também se pronunciou em relação ao que é possível definir como o horário de trabalho tendo em atenção o que é a componente letiva e não letiva.



Mas o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, sublinha que não se trata de um acordo.



Mário Nogueira dá alguns exemplos de compromissos que foram passados para o papel esta madrugada como ponto de partida para as negociações.



A próxima reunião é na próxima terça-feira de manhã no Ministério da Educação, onde será discutido o tema dos concursos e carreiras. Se houver um entendimento poderá ser levantada a greve dos professores às atividades não letivas.

Quanto a outras matérias, como a contabilização do tempo congelado, ficaram agendadas para nova reunião no dia 15 de dezembro.
Governo satisfeito com o acordo
No final da reunião de 10 horas com as estruturas sindicais representativas dos professores, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, e a secretária de Estado da Administração e Emprego Público, Fátima Fonseca, congratularam-se, em declarações aos jornalistas, com o acordo assinado esta madrugada, ao qual os sindicatos preferem chamar apenas declaração de compromisso.

"Congratulamo-nos duplamente porque vai permitir devolver a necessária paz social às escolas e também valorizar a classe dos professores, mas simultaneamente, porque se trata de um compromisso cujo modelo é responsável, financeiramente sustentável, permite dar passos seguros e permite não por em causa todas as soluções que têm vindo a ser encontradas. É um sucesso duplo da nossa perspetiva", disse Alexandra Leitão.



Questionada sobre os motivos da longa duração da reunião de hoje, Alexandra Leitão disse que as negociações "são coisas complexas por natureza" e que esta teve "muitos intervenientes".

"Um acordo é por definição um ganho para ambos e uma cedência para ambos, e no equilíbrio entre ganhos e cedências passa muito tempo", disse.

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