Governo vai contratar mais 950 médicos para o Serviço Nacional de Saúde

por RTP
José Sena Goulão - Lusa

A ministra da Saúde confirmou, esta quarta-feira, que o Governo vai avançar com a contratação de mais 950 profissionais de saúde para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Perante as queixas de alguns hospitais em todo o país, Marta Temido garantiu ainda que têm sido acompanhadas as dificuldades que enfrentam algumas instituições.

Publicado em Diário da República, esta quarta-feira, o despacho do Ministério da Saúde anuncia o recrutamento de 39 profissionais para a área da saúde e 911 para a área hospitalar com o objetivo de dar resposta à situação dos hospitais durante a pandemia.

"Autoriza o Ministério da Saúde a desenvolver o procedimento simplificado de seleção, tendo em vista a constituição de 950 relações jurídicas de emprego, das quais 39 para a área de saúde pública e 911 para a área hospitalar", lê-se no documento.

Para além da necessidade de assegurar a prestação de serviços de saúde à população, o Ministério reforça ainda que "acrescem, no momento atual, as exigências que se mantêm para o SNS na resposta a dar à situação de pandemia originada pelo vírus SARS-CoV-2, e que reclamam a continuação do reforço dos recursos humanos, o qual se revelou importante no combate, com sucesso, à Covid-19".

São vários os hospitais que se têm queixado da falta de recursos humanos nomeadamente em Beja, Évora e Santarém.

O Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, disse também esta quarta-feira que espera contratar novos clínicos para regularizar o quadro de pessoal da sua Urgência de Pediatria, que tem atualmente em funções apenas seis dos seus 22 médicos.

"Foi hoje mesmo publicado no Diário da República o despacho do Ministério das Finanças autorizando a abertura do concurso de colocação de 911 médicos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, estando para breve a identificação das vagas por hospital", afirmou a administração do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), que está sedeado na Feira e também gere os hospitais de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis, representando no distrito de Aveiro um universo de 350 mil utentes.

A informação surge em resposta a um comunicado do Sindicato Independente dos Médicos, que apontou na terça-feira ao serviço de Urgência Pediátrica do referido hospital uma "carência notória de recursos humanos".

A administração do hospital reconhece, contudo, que essa unidade tem estado com a equipa reduzida, uma vez que, entre os 22 médicos afetos ao serviço em causa, 14 estão dispensados de exercer no horário noturno "por motivo de idade ou saúde" e duas médicas estão ausentes por "gravidez ou maternidade", pelo que, na prática, a Urgência para crianças dispõe atualmente de apenas seis médicos em rotatividade.

"Apesar dessa dificuldade, a escala tem sido assegurada pelo empenho e dedicação dos elementos da equipa e com o apoio de outros elementos contratados em regime de prestação de serviços para o efeito", adianta o CHEDV.

A administração do hospital realça ainda que tem "reforçado significativamente o quadro do Serviço de Pediatria, como é demonstrado pela entrada de seis novos pediatras nos últimos quatro anos", e acrescenta que "ainda durante o mês de agosto foi autorizada a contratação de dois novos pediatras para o quadro da instituição" - que, como revela o CHEDV à Lusa, "devem entrar em funções brevemente e ficarão dedicados ao Serviço de Urgência".

Questionada sobre a falta de profissionais de saúde em algumas unidades de saúde, Marta Temido assegurou, na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde, que estas situações estão a ser acompanhadas.

Recorde-se que desde o início da pandemia, o Governo já prosseguiu com a contratação de 4.300 profissionais de saúde, entre assistentes operacionais, enfermairos, médicos, assistentes técnicos, entre outros.


c/Lusa
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