Governo vai remover 230 mil toneladas de resíduos de São Pedro da Cova em Gondomar

por Lusa

O Ministério do Ambiente vai remover as 230 mil toneladas de resíduos perigosos que estima terem sido depositadas entre 2001 e 2002 nas minas de São Pedro da Cova, em Gondomar, divulgou hoje a tutela.

Até ao momento foram já retiradas 105 mil toneladas de resíduos perigosos, estimando a tutela que faltem ainda cerca de 125 mil toneladas, para o que anunciou hoje que vai disponibilizar 10 milhões de euros.

No total são 230 mil as toneladas de resíduos perigosos depositados nas minas de São Pedro da Cova, número que mais que duplica as 88 mil toneladas avançadas ao longo dos anos ou as 105.600 toneladas inscritas no caderno de encargos do concurso público feito com vista à primeira remoção que decorreu entre 2014 e 2015.

Em comunicado hoje enviado, o ministério do Ambiente refere que "conseguiu a verba, em causa, através do Fundo Ambiental, garantindo assim a continuidade dos trabalhos".

"Em causa está a remoção de 125 mil toneladas de resíduos perigosos, depositados entre 2001 e 2002. À data, o governo já procedeu à extração de 105 mil toneladas de resíduos", acrescenta.

Esta manhã, e também em comunicado, o ministério do Ambiente indicava que o montante em falta seriam 105.600 toneladas de resíduos perigosos.

Durante a primeira fase de remoção dos resíduos, que decorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) confirmou a existência de mais que as 105.600 toneladas previstas, pelo que se teria de avançar com uma "segunda fase de remoção".

No final de 2016, a CCDR-N anunciou que o apuramento exato deveria estar concluído até final do primeiro trimestre deste ano.

Em fevereiro, o Ministério Público (MP) acusou seis arguidos da prática de um crime doloso de poluição com perigo comum, relacionado com a deposição de resíduos perigosos em São Pedro da Cova, Gondomar.

A procuradoria revelou que três dos suspeitos são membros do conselho de administração de uma sociedade à qual cabia dar destino aos resíduos, já os outros três são responsáveis de sociedades que tinham a disponibilidade das escombreiras.

Segundo a acusação, citada pela PGD na sua página de internet, os arguidos conheciam a perigosidade dos resíduos, mas afirmaram ser "inertes", nomeadamente perante a administração pública, para possibilitar a operação de remoção e deposição, usando para tal um estudo que sabiam não ter virtualidade para essa caracterização.

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