Grande chefe militar e exemplo ético para todos

por Lusa

Lisboa, 17 nov (Lusa) - O ministro da Defesa lamentou hoje a morte do general Loureiro dos Santos, considerando-o "um grande chefe militar e um exemplo ético para todos".

Na sua conta na rede social Twitter, João Gomes Cravinho escreveu que o general Loureiro dos Santos foi uma "figura de referência ímpar no pensamento militar em Portugal" e que "foi fundamental para a transição das Forças Armadas no regime democrático".

"Recebi com pesar a notícia do falecimento do General Loureiro dos Santos", acrescenta o ministro da Defesa.

Em comunicado, o Ministério da Defesa lamenta, igualmente, a morte do general Loureiro dos Santos, considerando-o "uma referência incontornável" para as Forças Armadas e para a sociedade portuguesa, que transcende o Exército.

"É um nome que, pelo seu reconhecimento, perdura nas nossas memórias", lê-se no comunicado do Ministério, que acrescenta que o general Loureiro dos Santos "era um líder com um grande sentido de dever, de lealdade, e de disciplina, uma referência intelectual inspiradora de uma dimensão que vai além do Exército".

O general José Loureiro dos Santos, antigo ministro da Defesa Nacional e ex-Chefe do Estado-Maior do Exército, morreu hoje em Lisboa, aos 82 anos, vítima de doença, disse à agência Lusa fonte da família.

Nascido em Vilela do Douro, concelho de Sabrosa, no distrito de Vila Real, em 02 de setembro de 1936, José Alberto Loureiro dos Santos foi ministro da Defesa Nacional entre 1978 e 1980 nos IV e V Governos Constitucionais, chefiados por Carlos Mota Pinto e Maria de Lourdes Pintasilgo, ambos executivos de iniciativa presidencial de Ramalho Eanes.

Militar do ramo de artilharia, Loureiro dos Santos foi vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, em 1977, e Chefe do Estado-Maior do Exército. Foi membro do COnselho da Revolução.

Cumpriu duas comissões no Ultramar, em Angola (1962/1965) e Cabo Verde (1972/1974), foi secretário do Conselho da Revolução no `verão quente` de 1975 e, como major, participou no planeamento e execução das operações que contiveram o golpe de 25 de novembro de 1975. Passou à reserva em 1993.

Com larga experiência académica, o ex-ministro e chefe militar lecionou no Instituto de Estudos Superiores Militares, do qual fez parte do conselho científico, e no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), no qual foi membro do Conselho de Honra.

Era também membro da Academia das Ciências de Lisboa e do Conselho Geral da Universidade Nova de Lisboa, como personalidade externa.

Loureiro dos Santos foi também escritor, conferencista, tendo também colaborado com órgãos de comunicação social sobre temas de geoestratégia e de geopolítica.

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