Os sindicatos que convocaram a greve dos trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha dizem que a paralisação teve uma adesão entre os 75% e os 90%. Exigem aumentos salariais e um acordo de empresa sem perda de direitos. E culpam a atual ministra da Saúde pela situação.
De acordo com Fernando Pinto, do Sindicato da Hotelaria do Sul, o turno da noite registou uma adesão de 90% e o turno da manhã uma adesão de 75%.
A greve, que começou às 23h00 de quarta-feira, prolonga-se durante o dia de hoje.
O protesto, diz Fernando Pinto, deve-se ao facto de os trabalhadores do Hospital não terem "nenhuma valorização salarial" há dez anos. Exigem, por isso, aumentos salariais de 9 por cento, um valor que a administração do Hospital já considerou inviável.
Os sindicatos afirmam que a administração do hospital denunciou o Acordo de Empresa, assumindo desta forma uma rutura com a convenção assinada entre as partes.
Os trabalhadores pretendem agora prosseguir e finalizar negociações sobre a matéria em causa, depois de um período de impasse.
Presente na concentração de protesto esteve o secretário-geral da central sindical CGTP, Arménio Carlos, que sublinhou que a Cruz Vermelha "cobra muito aos seus doentes e paga pouco aos trabalhadores".
"Temos uma situação de trabalhadores que há 10 anos não têm qualquer atualização salarial e correm o risco de a administração levar à caducidade do acordo de empresa, extinguindo um conjunto de direitos que conquistaram ao longo dos anos", disse Arménio Carlos.Administração diz que aumentos pedidos são impraticáveis
A administração já afirmou, em comunicado, que reconhece o direto à greve, para logo acrescentar que o Hospital está numa fase de restruturação "no sentido de garantir a manutenção da atividade e as centenas de postos de trabalho", o que será "inviável" com um aumento de 9%.
Admite no entanto reajustar "situações de funcionários que estavam em desvantagens face ao mercado e de uma forma gradual".
Adianta ainda que, nesta altura, a preocupação passa por "garantir toda a atividade urgente", tendo reprogramado toda a sua atividade normal.
C/ Lusa