Greve na Soflusa afeta ligações fluviais até sexta-feira

por Mário Aleixo, Carlos Santos Neves - RTP
Os barcos da Soflusa vão ficar atracados durante dois dias devido à greve em curso Lusa (arquivo)

A greve parcial na Soflusa mantém-se esta quinta-feira e amanhã. A empresa confirmou que não há ligações entre as 5h05 e as 9h30 e entre as 17h45 e as 22h00.

A Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações não suspendeu a greve. Isto porque, como explicou o sindicalista José Manuel Oliveira, citado pela agência Lusa, a paralisação cabe ao Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e Marinha Mercante, estrutura que convocou a greve.
A Soflusa admitiu perturbações no serviço, durante os dois dias, devido à greve dos mestres da empresa.

A expectativa de que a greve pudesse ser suspensa nasceu da reunião entre o Governo e os sindicatos representantes dos trabalhadores da Soflusa, empresa responsável pelas ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa.

Segundo o secretário de Estado adjunto José Mendes, houve acordo em relação a regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de mais profissionais.

A Câmara Municipal do Barreiro anunciou entretanto que vai aumentar as ligações rodoviárias dos transportes públicos à estação ferroviária devido a esta paralisação.
“Falta de investimento”
Ao início da manhã desta quinta-feira, a reportagem da RTP no Barreiro mostrou dezenas de pessoas a aguardar transporte fluvial.

Em declarações à estação pública, um elemento da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro indicou que esta estrutura esteve reunida, na passada sexta-feira, com o conselho de administração da Soflusa.

“Foi-nos dito que a empresa, para funcionar como deve ser, para ter sete barcos em permanência a funcionar, precisava de pelo menos 21 mestres. Naquela altura, tinham 16 porque o resto estava em baixa por doença”, adiantou.

“Foi-nos dito também que iam ser promovidos quatro marinheiros a mestres para poderem fazer isso. Entretanto, precisam de formação, precisam de fazer exames psicotécnicos, aquelas coisas todas que são necessárias, e nunca antes de um mês. Daí que o conselho de administração não tenha nenhuma previsão para resolver este problema”.

“Isto é o culminar da falta de investimento há anos a fio”, vincou.

c/ Lusa
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