Grupo homossexual católico regozija-se com compromisso de José Sócrates

por © 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 20 Jan (Lusa) - O grupo de homossexuais católicos "Rumos Novos" regozijou-se hoje com o compromisso do líder do PS de avançar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, considerando ser revelador de um caminho da modernidade, tolerância e igualdade.

"O assumir de um tal compromisso denota um país apostado na modernidade, mas sobretudo na tolerância, igualdade e respeito pelos direitos de todos os seus cidadãos, independentemente da sua orientação sexual", refere o grupo em comunicado.

O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou domingo que chegou o momento de se fazer o debate e a discussão com a sociedade portuguesa sobre casamentos homossexuais.

Para o líder socialista, trata-se de "eliminar uma discriminação histórica, que não honra nenhuma sociedade aberta".

O grupo "Rumos Novos" considera que "o compromisso e posterior aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo é a coisa certa a fazer".

"O casamento entre pessoas do mesmo sexo assinala a dinâmica viva da democracia do século XXI, ou seja, o direito do acesso à protecção legal do Estado de todos os cidadãos, independentemente da tradição sociocultural religiosa, classes sociais, cor, orientação sexual", refere o grupo, adiantando que todo o cidadão português tem de ter o mesmo acesso ao uso dos direitos do Estado laico, neste caso, o casamento.

Na opinião do grupo, "é imperioso que o poder político assuma (qualquer que ele seja), de forma clara, que numa sociedade livre, democrática, justa e defensora dos direitos humanos, todos os cidadãos podem amar quem quiserem e podem exprimir esse amor na sociedade, na igreja e no mundo".

Por outro lado, o grupo homossexual católico apela ainda à hierarquia da Igreja Católica para que participe de forma activa e empenhada no debate que irá ter lugar, evitando atitudes de discriminação face aos homossexuais, fiéis ou não.

"A questão do casamento (e não do matrimónio) entre pessoas do mesmo sexo e a Igreja é acima de tudo uma questão de verdade e não tanto de moralidade ou de disciplina e a Bíblia, ao contrário do que muitos afirmam, nada diz acerca dos relacionamentos responsáveis, afectivos e fiéis entre pessoas do mesmo sexo, que desconhece em absoluto", acrescenta.


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