Dois anos depois dos fogos de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro afirmou hoje que as causas profundas dos incêndios "nunca serão resolvidas" a partir dos meios de combate. É fundamental "concluir a reforma da floresta".
No discurso na cerimónia de assinatura de protocolo para a criação do Memorial às Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande, que decorreu na Câmara de Castanheira de Pera, um dos concelhos mais afetados, o primeiro-ministro reafirmou que as causas dos incêndios que afetam o país só serão combatidas de forma eficaz quando se conseguir "vencer o desafio extraordinário de revitalizar estes territórios de baixa densidade" e "concluir a reforma da floresta".
"Depois de 2006, muitos acreditaram que estávamos a salvo e as alterações que tinham sido feitas na Proteção Civil e as estatísticas de redução de áreas ardidas significavam que tínhamos virado uma página. Infelizmente, a página não se virou, porque as causas profundas nunca serão resolvidas nos meios de combate", disse António Costa.
"Não temos outra coisa a fazer senão aquilo que todos sabemos que é indispensável fazer", disse o primeiro ministro. "O direito de propriedade é seguramente um direito fundamental, mas o direito à vida é um direito ainda mais fundamental. E quando há um conlifto de direitos só há uma solução. É optar por aquele que é mais importante de salvaguardar. E nada é mais importante de salvaguardar do que o direito à vida. E não é possivel voltarmos a ter que perder vidas para nos lembrarmos disso".
C/ Lusa