Incêndios: Milhares de bombeiros mobilizados no combate às chamas

por RTP
Incêndio em Mação foi dominado esta quinta-feira Rafael Marchante - Reuters

Uma unidade militar espanhola de emergência, com 158 operacionais reforçou esta noite o combate às chamas no concelho de Nisa, distrito de Portalegre. Os 150 militares integram uma força especializada em combater fogos, referiu a presidente da Câmara de Nisa.

"Se tudo correr bem, como está planeado, durante a noite, conseguimos debelar estes incêndios", afirmou Idalina Trindade, durante um encontro com jornalistas, na vila de Nisa.Pouco antes da meia noite continuam ativas duas frentes. As aldeias de Falagueira, Monte Claro e Salavessa tiveram de ser evacuadas.

Cerca de 100 pessoas, na maioria idosos, estão a pernoitar num pavilhão, na vila de Nisa.

O plano municipal de emergência foi ativado e a autarca de Nisa admitiu que "o ponto da situação, nesta altura, sem alarmismos, é preocupante".

O comportamento e a intensidade das chamas colocam Nisa no centro das preocupações da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

O fogo lavra desde a noite de terça-feira. Em todo o território, estão contabilizados 55 feridos leves como consequência dos incêndios.

Mais de três mil operacionais, mil veículos e 32 meios aéreos. Estas são as contas do esforço operacional envolvido no combate aos fogos. Números avançados às 19h00, no briefing diário da Proteção Civil, em que se dava conta de 96 ocorrências durante o dia, das quais seis estavam ainda em curso.

Quatro incêndios figuram na lista dos mais preocupantes: dois fogos no concelho de Nisa , outro em Mangualde (Viseu) e Penacova (Coimbra). Ao início da noite, o fogo de Penacova era dado como dominado.

O fogo de Albarrol, Nisa, é o que reúne mais preocupação. Duas localidades foram evacuadas por precaução durante a tarde desta quinta-feira e às 19h00 o nó de Gardete da N18/IP2 estava cortado.

O município de Nisa ativou Plano Municipal de Emergência para proteger população. O incêndio agravou-se ao início da noite de ontem e mais de cem pessoas passaram a madrugada num pavilhão municipal. O dia continuou a ser de combate às chamas, por terra e pelo ar.



Patrícia Gaspar, a adjunta do comandante da Proteção Civil reiterou que está a ser feito “um esforço extraordinário” em termos de combate aos fogos em território nacional, com todos os grupos de reforço acionados, num total de 30 grupos.
Requisição civil?
Há um meio aéreo marroquino a ajudar ao combate às chamas , enquanto a ajuda espanhola com aviões e homens no terreno. Ajuda externa que “não se deve a extremo desespero”, diz Patrícia Gaspar, mas sim a uma ajuda através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil que normalmente é acionado por vários países.

No entanto, perante o esforço dos bombeiros nesta semana, Patrícia Gaspar admitiu que está a ser avaliada a possibilidade de fazer uma requisição civil para empresas privadas para conseguir colocar mais bombeiros no terreno.



Patrícia Gaspar refere, no entanto, que tem havido rotatividade dos operacionais no terreno, para garantir tempo de descanso.
Mação: calamidade pública?
Cinco dias depois, o fogo Sertã/Mação estava finalmente dominado. Não sei antes a noite ter sido de sobressalto, com as chamas a chegarem muito perto da vila de Mação.



Esta quinta-feira era, enfim, tempo de muitas pessoas voltarem a casa.

O Presidente da Câmara Municipal de Mação pondera mesmo pedir que o Governo decrete o Estado de Calamidade Pública.



No entanto, o fogo deixou marcas profundas no concelho. Metade da área florestal ardeu, os prejuízos são muito elevados e têm de ser contabilizados.
Penacova sem habitações em perigo
Ao final da tarde de quinta-feira, o incêndio de Penacova tinha três frentes ativas, mas não ameaçava casas de habitação. Depois de 24 horas de fogo, ao início da noite, o incêndio era dado como dominado.
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