Incêndios. Sernancelhe é o ponto mais crítico

por RTP
O interior do Norte e Centro de Portugal continental está hoje em risco máximo de incêndio. Rafael Marchante - Reuters

Portugal tem-se debatido com centenas de incêndios nas últimas horas. O mais intenso lavra em Sernancelhe, Viseu, mas os operacionais acreditam que ficará dominado dentro de pouco tempo. O interior do Norte e Centro de Portugal continental está esta sexta-feira em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O incêndio que deflagrou cerca das 12h00 de quinta-feira em Sernancelhe, no distrito de Viseu, ainda está em curso e reúne neste momento 379 operacionais, apoiados por 116 veículos e dois meios aéreos. A informação foi avançada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

A RTP esteve no local e apurou que permanece uma frente ativa - chegaram a ser quatro na quinta-feira -, sendo o vento uma das principais dificuldades na tentativa de extinguir as chamas.

Há ainda a “agravante de [o incêndio] ter uma direção inconstante, fazendo aberturas frequentes e com projeções a longas distâncias”, explicou à RTP ao início da manhã o segundo comandante operacional do distrito de Viseu, Humberto Sarmento.

Perto das 10h00, Sarmento avançou à RTP que a situação está cada vez mais calma e que as chamas poderão estar dominadas muito em breve. "Há agora a preocupação natural, durante o dia, com o aumento da temperatura e também com o vento que se está a começar a fazer sentir, de hoje termos alguns reacendimentos", declarou.

Perto das 10h00 desta sexta-feira estava também ainda em curso o fogo de Torre de Moncorvo, em Bragança, onde combateram as chamas 379 operacionais, apoiados por 116 veículos e “três meios aéreos pesados”.

Os moradores das aldeias de Catanha, Adeganha e Estivais foram retirados de casa e uma bombeira ficou ferida no combate às chamas. Vários armazéns arderam.

O fogo foi, entratanto, dado como dominado, mantendo-se o dispositivo de combate no terreno, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.

"Vamos continuar os trabalhos de consolidação e rescaldo, mantendo todo o dispositivo de combate às chamas no terreno para evitar reacendimentos", indicou o comandante operacional distrital de operações de socorro (CODIS) de Bragança, João Noel Afonso.
Fogo no Fundão foi dos mais preocupantes
Um dos incêndios que gerou mais preocupação nas últimas horas foi o de Bogas de Baixo, no Fundão, que entrou esta manhã em fase de resolução. As chamas começaram no início da tarde de quinta-feira e, apesar de terem acalmado, continuam a ser combatidas pelos profissionais.

Esta manhã, o contingente de combate ao incêndio será reforçado com meios aéreos e no local continuam 436 operacionais, apoiados por 139 veículos.

Ainda assim, segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco o combate ao incêndio está a “evoluir muito favoravelmente” e não há feridos a registar nem povoações em risco.

“Todos os setores estão a evoluir muito favoravelmente”, informou à agência Lusa a mesma fonte, referindo-se às duas frentes ativas que os bombeiros procuram dominar. Teme-se, porém, o risco de reacendimentos.

A RTP esteve no local e verificou um céu coberto de fumo espesso que só deverá levantar-se na tarde desta sexta-feira.

Este fogo obrigou à evacuação da praia fluvial de Janeiro de Baixo, que na altura tinha cerca de 70 pessoas, e fez ferimentos ligeiros numa operacional dos Bombeiros Voluntários do Fundão.
Incêndios em fase de resolução
Entrou também em fase de resolução o incêndio do Sabugal, na Guarda. As chamas, que começaram na localidade da Moita, foram dominadas pelas quatro da manhã. O fogo chegou a uma aldeia e algumas quintas tiveram que ser evacuadas.

Segundo a ANEPC, pelas 08h20 estavam no local 201 operacionais, apoiados por 63 veículos.

O fogo que deflagrou em Porto de Mós, no distrito de Leiria, entrou igualmente em fase de resolução, apesar de pelas 08h20 continuarem no terreno 105 operacionais, apoiados por 34 veículos.

Três pessoas ficaram feridas no combate às chamas: um bombeiro de Torres Novas, um sapador florestal, que se encontra hospitalizado, e um militar da GNR.

Arderam 500 hectares de mato, no coração do parque natural, e nenhuma habitação foi atingida pelas chamas.

em Mirandela, onde lavraram dois dos maiores incêndios das últimas horas, os bombeiros conseguiram dominar o fogo à entrada da cidade. As chamas aproximaram-se da cidade, ameaçaram um posto de combustível e obrigaram ao corte da Nacional 15 e da autoestrada A4.

Também o incêndio que deflagrou na quinta-feira em Alijó entrou em fase de resolução pelas 06h00 de hoje, segundo fonte do comando distrital de operações de socorro de Vila Real.

Durante a tarde o fogo esteve quase controlado, mas devido ao vento forte sofreu uma reativação forte e partiu-se em várias frentes.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 08h00 estavam mobilizados para este fogo 174 operacionais e 53 viaturas. O distrito de Vila Real está em estado de alerta especial de nível vermelho.
Risco máximo de incêndio
O interior do Norte e Centro de Portugal continental está hoje em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera, no segundo e último dia da situação de alerta decretada pelo Governo.

A situação de alerta em todo o território continental vigora até ao final desta sexta-feira e surgiu na sequência da ativação do estado de alerta especial de nível vermelho para os distritos de Bragança, Guarda, Vila Real, Beja, Castelo Branco, Faro e Viseu.

O Presidente da República está a acompanhar a evolução dos incêndios em Portugal e disse esperar não ter de interromper as férias por causa dos fogos.
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