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Inquérito após fogos averigua se "houve ou não ilícito criminal"

por RTP
“É um procedimento que acontece sempre” em casos como o de Pedrógão Grande, sublinhou a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal Miguel A. Lopes - Lusa

A procuradora-geral da República vincou esta segunda-feira que o inquérito instaurado pelo Ministério Público na sequência dos incêndios que fustigaram a Região Centro tem por objetivo apurar se “houve ou não ilícito criminal”. Um “procedimento que acontece sempre” em casos que envolvem mortes, sublinhou Joana Marques Vidal.

“Claro que, neste caso, estamos perante uma situação muito grave. Mas é aquilo que a lei determina que tem que acontecer habitualmente”, afirmou a procuradora-geral, que falava aos jornalistas após uma intervenção na conferência Desafios na Proteção de Crianças e Jovens.
O inquérito “está em segredo de justiça” e os prazos “são os que vêm na lei”, sintetizou a procuradora-geral, sem mais detalhes.

Joana Marques Vidal fez questão de relembrar que o inquérito sobre a causa das mortes no incêndio de Pedrógão Grande decorre sob a tutela do Ministério Público.

Em resposta a uma questão da agência Lusa sobre uma eventual pista de fogo posto, a procuradora-geral da República disse apenas que “essa parte é a que está em investigação”, assim “como está em investigação qualquer morte que ocorra na sequência do acidente”.

“O que diz a lei é que, nestes casos, e mesmo as autópsias são efetuadas no âmbito do inquérito, abre-se sempre um inquérito para se averiguar e recolher elementos sobre se houve ou não houve qualquer ilícito criminal na base dessa ocorrência”, indicou.
“Cabal esclarecimento”

Questionada sobre o pedido do primeiro-ministro no sentido de um “cabal esclarecimento” das falhas do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), a procuradora-geral quis assinalar que essa é uma investigação sem relação com o Ministério Público.

“O inquérito de investigação da titularidade do MP está instaurado. Salvo erro, mas terão de perguntar isso ao primeiro-ministro, esse inquérito de que o primeiro-ministro está a falar é uma auditoria, não tem a ver com a parte de intervenção do MP e com as causas poderem ser ou não criminosas”.

“Sempre que há mortes num acidente é aberto um inquérito no âmbito da justiça, que é titulado pelo MP e, neste caso, é coadjuvado pela Polícia Judiciária, sem prejuízo da colaboração das outras entidades policiais e das outras autoridades, para a descoberta das causas, que têm ou não a ver com a eventualidade de poder haver crime relativamente às mortes ocorridas”, reiterou Joana Marques Vidal.

Os incêndios que deflagraram há uma semana na Região Centro fizeram 64 vítimas mortais e mais de duas centenas de feridos. Foram dados como extintos no último sábado.

O combate às chamas, que calcinaram 53 mil hectares de floresta, mobilizou mais de dois mil operacionais.

c/ Lusa
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