Investigadores do Politécnico de Coimbra desenvolvem bengala para doentes de Parkinson

por Lusa

Uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Coimbra está a desenvolver uma bengala musical inovadora para facilitar a marcha aos doentes de Parkinson, que será apresentada no sábado, foi hoje anunciado.

"Trata-se de uma bengala inteligente, que capta o padrão de marcha de cada utilizador e seleciona uma música correspondente ao padrão aferido, com o objetivo de melhorar a marcha, que é a principal limitação dos portadores desta patologia", disse à agência Lusa Marta Pereira, que lidera o projeto.

O objetivo da bengala é "melhorar a qualidade de vida dos doentes de Parkinson, já que está comprovado cientificamente que a utilização de música melhora a marcha daquelas pessoas", salientou.

A equipa liderada por Marta Pereira, diplomada em fisioterapia pela Escola Superior de Tecnologia e Saúde de Coimbra (ESTeSC), desenvolveu uma tecnologia que incorpora "os benefícios da música nos auxiliares de marcha", existindo já um protótipo em fase de testes científicos para a sua validação.

O projeto, realizado no âmbito do Icanemusic, nasceu no departamento de Fisioterapia da ESTeSC e ganhou a 16.ª edição do concurso regional Poliempreende, tendo sido finalista do concurso de ideias de negócio Born from Knowledge 2019.

"Ainda não existe data prevista, mas prevê-se que não demore muito até esta bengala inteligente estar disponível no mercado, por um preço que terá em conta a realidade portuguesa", sublinhou Marta Pereira.

Além de Marta Pereira, integram ainda o projeto os docentes Anabela Correia Martins (ESTeSC), Fernanda Coutinho, Jorge Barreiros e Marco Silva (Instituto Superior de Engenharia do Politécnico de Coimbra).

A sua apresentação vai decorrer no sábado à tarde na ESTeSC, durante o evento "Dia aberto da Doença de Parkinson", realizado em parceria com a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, para discutir tratamentos e novas abordagens à doença, que será aberto a fisioterapeutas, doentes e familiares.

Segundo Marta Pereira, que integra a organização, "a fisioterapia e o apoio familiar são peças fundamentais na qualidade de vida dos doentes de Parkinson".

"Os estudos apontam para uma progressão mais lenta da doença, quando introduzida a fisioterapia desde a fase inicial", salientou, referindo que, atualmente, existem em Portugal 20 mil pessoas com Parkinson, "com tendência para aumentar muito e vir a tornar-se numa pandemia".

Com início às 14:00, o "Dia Aberto? da Doença de Parkinson" inicia com a intervenção da médica neurologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) Cristina Januário, seguindo-se a fisioterapeuta especialista Josefa Domingos.

 

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