Jerónimo de Sousa contra "resistência" do Governo a pretensões dos bombeiros

por Lusa

Alpiarça, Santarém, 09 dez (Lusa) -- O secretário-geral do PCP disse hoje, em Alpiarça, não entender a "resistência" do Governo à pretensão dos bombeiros de participarem na coordenação da Proteção Civil.

Falando aos jornalistas no final de um almoço de Natal que juntou cerca de 500 pessoas no pavilhão de exposições de Alpiarça (Santarém), Jerónimo de Sousa afirmou ser de "bom senso" que os bombeiros, "sendo uma força indispensável na Proteção Civil", participem na sua coordenação e não sejam "marginalizados como meros operacionais".

"Eu não entendo sinceramente essa resistência, essa contradição. Naturalmente, se existem diversas entidades que participam no sistema de proteção civil, os bombeiros, por maioria de razões, devem estar lá representados, designadamente as suas associações", declarou.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, acusou hoje a Liga dos Bombeiros Portugueses de ser "absolutamente irresponsável" por poder colocar em causa a segurança das pessoas ao abandonar a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decidiu no sábado "abandonar de imediato" a estrutura da ANPC, em protesto contra os diplomas sobre as estruturas de comando aprovados pelo Governo.

No sábado, em Santarém, o presidente da LBP, Jaime Marta Soares, disse aos jornalistas que, de imediato, os bombeiros deixam de participar na estrutura da ANPC, "não ouvindo nada do que dizem os CODIS (comandantes distritais operacionais)", bem como em todos os eventos em que estejam representantes desta entidade ou membros do Governo, podendo mesmo "não participar no dispositivo dos incêndios florestais".

Em causa estão as propostas aprovadas pelo Governo em 25 de outubro, na área da proteção civil, com a maior contestação centrada nas alterações à lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergências e Proteção Civil, futuro nome da atual ANPC, reivindicando a LBP uma direção nacional de bombeiros "autónoma independente e com orçamento próprio", um comando autónomo de bombeiros e o cartão social do bombeiro.

Marta Soares assegurou que esta atitude dos bombeiros não porá em causa a segurança e o socorro aos portugueses, garantindo que estes continuarão a funcionar "exatamente na mesma".

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