As autoridades sanitárias confirmaram esta terça-feira que o surto de legionella detetado no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, infetou 35 pessoas. Um outro caso está sob investigação. O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes e a diretora-geral da Saúde Graça Freitas, antevêm, ainda assim, a estabilização do número de infetados. Cinco pessoas permanecem internadas nos cuidados intensivos.
Este surto, que já provocou duas mortes, registou esta terça-feira mais um caso diagnosticado, prefazendo um total de 35 doentes afetados. Segundo foi revelado por Graça Freitas, diretora-geral de Saúde, há mais um caso em investigação que ainda carece de confirmação. Cinco doentes continuam internados nos cuidados intensivos.
A responsável destaca que os dados demonstram "um efeito positivo das medidas corretivas" que foram tomadas após o início do surto e que a situação está "a evoluir de forma positiva".
Graça Freitas refere que a manutenção das condições atuais sem nenhum novo foco de contaminação deverá traduzir-se numa estabilização do surto e numa diminuição do número de casos novos confirmados ao longo dos próximos dias. Elogiou ainda a "grande capacidade de resposta do dispositivo de saúde pública" ao longo dos últimos dias.
"Falha técnica"
Quem também esteve na conferência de imprensa foi o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, salienta que a prioridade do momento é recuperar os doentes infetados e criar condições para analisar este episódio. O governante destaca a importância de caracterizar a falha ocorrida que esteve na origem do surto para que sejam apuradas "todas as responsabilidades".
"Temos de criar confições para que a situação não se prolongue e não se repita", disse o ministro.
Adalberto Campos Fernandes refere ainda que o surto atual "terá entrado numa fase descendente", atendendo aos dados até agora disponíveis, mas também ao modelo matemático sobre o número de novos casos por dia, criado em 2014 após o surto de legionella de Vila Franca de Xira.
O ministro frisou que está em contacto com o ministro do Ambiente e que as medidas do Governo terão em conta a prevenção e a fiscalização dos aspetos técnicos, mas também "ao nível da sancionatório", para quando as regras não são cumpridas.
"Uma coisa é certa: uma falha existiu. Não se infetam 35 pessoas com uma ausência de falha", considerou Adalberto Marques Fernandes, acrescentando que se trata "provavelmente" de uma falha técnica.
O ministro mostrou-se ainda convicto que a fonte primária da contaminação é "interna" e terá tido origem "provavelmente nas torres de refrigeração" do Hospital S. Francisco Xavier.
Adalberto Marques Fernandes não referiu qual é a empresa responsável pela limpeza das torres de refrigeração da unidade, salientando apenas que é uma entidade "certificada a nível nacional e internacional", e que a mesma terá todo o interesse no apuramento cabal de responsabilidades.
Por fim, o ministro criticou ainda as críticas "irresponsáveis" e "pouco ponderadas" que apontam para a falta de investimento na manutenção dos equipamentos hospitalares como a origem do surto. Campos Fernandes defende que, nestes casos, "não pode valer tudo" e que é necessário "seriedade nos argumentos e ponderação nas palavras".