Legionella. Uma parte das vítimas não é contabilizada

por RTP

As empresas Adubos de Portugal e General Eletric chegaram a acordo com 36 das 73 vítimas, mas algumas das pessoas afetadas, que ficaram fora do processo, juntaram-se à porta do tribunal de Loures em protesto.

Há cinco anos, o trabalho exigia que Nuno Silva frequentasse as imediações da fábrica Adubos de Portugal. Foi o que bastou para que contraísse legionnella. Mas não faz parte da lista de 73 vítimas contabilizadas pelo Ministério Público.

É apenas um dos mais de 300 casos em que não foi possível estabelecer a ligação entre a bactéria que contraíram e a Adubos de Portugal. Ficaram de fora do processo e, esta quarta feira, da parte de fora do Tribunal de Loures. Pediam justiça quando lá dentro arrancava à porta fechada a primeira sessão da fase de instrução do caso.

Em março de 2017, o Ministério Público deduziu acusação contra a Adubos de Portugal e a General Electric e mais sete funcionários das duas empresas.

Todos os arguidos pediram a abertura de instrução - uma fase em que a juíza vai avaliar se o caso segue ou não para julgamento.

Esta quarta feira foi ouvida a primeira testemunha, o na altura Delegado de Saúde Regional.

Ao mesmo tempo, as empresas estão em negociações com as 73 vítimas que constam no processo.

Se todas aceitarem acordo, diminui a probabilidade de o caso seguir para julgamento.

Certo é que a foram suspensas todas as sessões que estavam marcadas até janeiro.

A juíza está a aguardar pelos resultados das negociações e também pelos recursos pendentes na Relação.
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