Mais de 60 concelhos do interior Norte e Centro e do Algarve estão esta segunda-feira em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê vento forte nas terras altas. O alerta vai manter-se até terça-feira.
Devido ao "significativo agravamento do risco de incêndio rural", o Governo decretou no domingo a situação de alerta em Portugal continental, que se mantém até às 23h59 de terça-feira e prevê a proibição de queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de qualquer outra pirotecnia, assim como o acesso e a circulação em espaços florestais "previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios".
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) colocou também os distritos de Santarém e Faro em alerta de prontidão de nível vermelho e em alerta laranja quase todo o restante território, à exceção dos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo, que estão em alerta amarelo.Estes estados de alerta especiais determinam o grau de prontidão de resposta dos meios de combate a incêndios.
A baixa humidade relativa do ar, as elevadas temperaturas e o vento forte são alguns dos motivos apontados pela ANEPC para emitir o alerta de risco máximo de incêndio máximo a muito elevado no Algarve e nas regiões Norte, Centro e Vale do Tejo.
A ANEPC alerta ainda para a possibilidade de rotação de vento para leste nas terras altas. O qual será mais intenso nas terras altas do norte.
Para amanhã, prevê-se que o vento predomine do quadrante norte (até 30 quilómetros por hora), soprando até 40 quilómetros hora de leste/nordeste nas terras altas e na faixa costeira ocidental até início da manhã e a partir do final do dia e sendo a partir da manhã do quadrante sul na costa sul do Algarve, afirma a ANEPC num comunicado enviado às redações.
Devido à declaração de Situação de Alerta está proibido:
- O acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais;
- A realização de queimadas e queimas;
- A utilização de fogo de artifício ou outros artefactos pirotécnicos;
- A realização de trabalhos nos espaços florestais e outros espaços rurais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados a situações de combate a incêndios rurais.
Risco de incêndio do IPMA tem cinco níveis
Quanto ao risco de incêndio definido pelo IPMA, que é calculado a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas, será hoje máximo em mais de 60 concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Portalegre, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Faro.Em risco elevado estarão mais de uma centena de outros municípios no interior Norte, Centro e Algarve e em risco elevado outros cerca de 80 concelhos dos distritos de Braga, Porto, Aveio, Coimbra, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro.
O risco de incêndio calculado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo.
O IPMA prevê para hoje vento forte de noroeste com rajadas no litoral oeste e nas terras altas do Centro e Sul.
As temperaturas máximas vão variar entre os 23º (Porto e Aveiro) e os 34º (Faro, Beja e Castelo Branco) e as mínimas entre os 14º (Braga, Viseu e Coimbra) e os 21º (Faro).
Aviso amarelo por causa do calor estende-se a Évora e Beja
O distrito de Faro está hoje com aviso amarelo devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, situação que se estende a Évora e Beja partir de terça-feira, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera.
O aviso amarelo para Faro vigora até às 21h00 de hoje, enquanto os avisos para os distritos de Évora e Beja são válidos entre as 10h00 de terça-feira e as 5h00 de quinta-feira.
Nas situações de risco muito elevado é aconselhado a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protetor solar, e que se evite a exposição das crianças ao sol, enquanto no risco extremo é pedido que as pessoas permaneçam em casa.
Segundo o IPMA, todo o território de Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição aos raios ultravioleta (UV), uma situação que se repete nas ilhas açorianas da Terceira, Flores e São Miguel.
O cálculo do risco de exposição à radiação ultravioleta (UV) é feito com base nos valores observados às 13h00 de cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
c/ Lusa
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