Migrantes infetados receberam testes e foram transferidos de Santa Margarida

por Lusa

Santa Margarida da Coutada, Constância, 24 mai 2020 (Lusa) - Os 32 migrantes infetados pelo novo coronavírus, que foram transferidos na quarta-feira para o Campo Militar de Santa Margarida, Constância, já conhecem os resultados dos testes ali efetuados e "seguem hoje para Lisboa", disse a autoridade de saúde local.

Questionada sobre um ponto de situação aos testes realizados, na sexta-feira, dia 22 de maio, a delegada de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, no distrito de Santarém, disse que "os migrantes que estão em Santa Margarida vão regressar hoje a Lisboa", dando conta de que os resultados foram hoje conhecidos e que há casos negativos, pessoas não infetadas, mas também há casos que se mantêm positivos ao novo coronavírus.

"Há resultados positivos e houve resultados negativos mas temos de compreender que são pessoas que estão fora dos seus ambientes, estão fora dos seus contactos e, portanto, está tudo a ser tratado para regressarem hoje a Lisboa, tanto os positivos como os negativos", disse Maria dos Anjos Esperança, à agência Lusa.

Segundo aquela responsável, do grupo de 32 migrantes "cerca de 75% testou negativo" ao SARS-Cov-2, tendo feito notar que, durante este período de cinco dias em que estiveram no campo militar de Santa Margarida, "não houve qualquer incidente" e "correu tudo muito bem".

A informação do regresso hoje a Lisboa dos 32 migrantes foi confirmada à Lusa pelo presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Santarém, Miguel Borges, dando conta, cerca das 19:30, que o processo "está em curso" e que se dirigem para vários locais na área de Lisboa.

"Os migrantes que ainda estão infetados foram para a Mesquita de Lisboa, ao passo que os outros foram para diferentes locais definidos pelo Alto Comissariado para as Migrações", afirmou.

A Lusa contactou a Secretaria de Estado para a Integração e Migrações tendo a assessoria dado conta de não ter informações sobre a situação, não tendo confirmado o regresso a Lisboa dos 32 migrantes.

Também os contactos feitos para o Conselho Português para os Refugiados se revelaram infrutíferos.

Na quinta-feira, fonte do Governo disse que os 32 migrantes infetados pela covid-19, que foram transferidos no dia anterior para o Campo Militar de Santa Margarida, manifestaram "algumas hesitações" em continuarem confinados, mas "já foi resolvida essa resistência".

"Relativamente à transferência dos cidadãos migrantes que estavam na Ota, confirma-se que foram transferidos. Os que tiveram resultados negativos nos testes foram para soluções de alojamento na Área Metropolitana de Lisboa. Os positivos, efetivamente, foram para o Campo Militar de Santa Margarida, para garantir o seu acompanhamento sanitário e a continuação do confinamento até terem testes negativos", indicou então fonte oficial da Secretaria de Estado para a Integração e as Migrações.

No processo de transferência dos migrantes infetados, verificou-se "algumas hesitações e alguma dificuldade em entender que teriam de continuar confinados", referiu a mesma fonte.

Quanto aos 24 migrantes que testaram negativo à covid-19, a mesma fonte não tem conhecimento de que tenha havido qualquer tipo de dificuldades, adiantando nesse dia que os cidadãos estavam a ser transferidos para diferentes locais, para soluções de alojamento na Área Metropolitana de Lisboa, em articulação com diferentes entidades, inclusive o Instituto da Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Segundo fonte oficial da Câmara de Alenquer, dos 56 migrantes que se encontravam na Base Aérea da Ota, 32 foram transferidos para o Campo Militar de Santa Margarida, em Constância, e os restantes para Lisboa, separados em dois grupos de 16 e oito, e divididos por dois locais diferentes na capital.

A mesma fonte explicou que os 56 foram separados em função de testarem negativo ou positivo à covid-19, das etnias e religiões a que pertencem e face à necessidade de a Força Aérea ter de voltar a receber alunos e ter de preparar o próximo ano letivo.

Para a Unidade Militar de Santa Margarida, foram transferidos os que continuavam infetados.

O primeiro grupo de 58 migrantes foi transferido da Ota em 08 de maio, seguindo-se um segundo, de 52, no dia 14.

Em 20 de abril, foram colocados em quarentena na Base Aérea da Ota, no distrito de Lisboa, 171 cidadãos estrangeiros requerentes de asilo que estavam hospedados num `hostel` em Lisboa, por a grande maioria ter testado positivo à presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2).

Portugal regista hoje 1.316 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que no sábado, e 30.623 infetados, mais 152, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

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